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Economia brasileira dá sinais de recuperação, mas incertezas políticas podem comprometer retomada

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Depois de dois anos consecutivos de forte recessão, a economia brasileira começa a dar sinais  de recuperação. A expansão da agropecuária e das exportações, a queda da inflação, a redução dos juros e o ajuste dos estoques da indústria devem ajudar a consolidar o crescimento no segundo semestre, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI) no Informe Conjuntural do segundo trimestre, divulgado nesta sexta-feira, 7 de julho.   

No entanto, a CNI adverte que incertezas políticas, o atraso na agenda das reformas e o risco de o país não consolidar o ajuste fiscal no longo prazo ameaçam a retomada do crescimento.  "A confiança dos agentes - empresários e consumidores - foi afetada, interrompendo a tendência de recuperação, com possíveis impactos nas decisões futuras de consumo e investimentos. Há também sinalizações do Banco Central de que o ritmo de queda dos juros poderá ser amenizado em função do novo quadro", diz o Informe Conjuntural.

Diante disso, a CNI revisou para baixo as estimativas para o desempenho da economia e da indústria neste ano. A previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu do 0,5% estimado no primeiro trimestre para 0,3% agora. A estimativa de crescimento do PIB industrial baixou de 1,3% para 0,5%. Caso a previsão se confirme, será o primeiro resultado positivo da indústria desde 2013. Essa expansão será liderada pela indústria extrativa, com crescimento de 8%. A indústria de transformação crescerá 0,9% e a da construção terá uma queda de 2,3%. O setor de serviços industriais de utilidade pública, que inclui as distribuidoras de energia, crescerá 1,9%. 

A perspectiva do primeiro trimestre de que os investimentos aumentariam 2% também não se confirmará. A nova previsão da CNI é de uma queda de 2,7% nos investimentos em 2017. "O menor investimento também está ligado ao ambiente de incertezas - provocado pela turbulência política e a dificuldade de se aprovar agendas importantes no Congresso Nacional", avalia o Informe Conjuntural. O estudo estima ainda que o consumo das famílias terá uma leve alta de 0,1% e a taxa média de desemprego continuará elevada e ficará em 13,5%.

Confira outras previsões da CNI para 2017
Inflação - O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projetado para dezembro (acumulado em 12 meses) é de 3,6%, abaixo do centro da meta de 4,5% fixada pelo governo. A queda da inflação é resultado da redução dos preços dos alimentos e da forte retração do consumo. A CNI considera que a redução das metas de inflação para 4,25% em 2019 e para 4% em 2020 é positiva. Além de se alinhar aos padrões internacionais, a revisão das metas contribui para o controle da inflação "de forma mais célere e menos custosa", pois ancora as expectativas em níveis mais baixos. Mas o alcance dos resultados depende do comprometimento das autoridades com a situação fiscal e da transparência e credibilidade do Banco Central, diz a CNI. 

Juros - A taxa básica de juros deve fechar o ano em 8,5% ao ano.
Balança comercial - Com a cotação do dólar na casa dos R$ 3,30 e os preços das commodities acima dos de 2016, as exportações brasileiras crescerão 11% e alcançarão US$ 205 bilhões neste ano. As importações crescerão 7% e fecharão o ano em US$ 147 bilhões. O saldo comercial ficará em US$ 58 bilhões.

Contas públicas - O setor público vai encerrar o ano com um déficit primário de R$ 141,7 bilhões, equivalentes a 2,1% do PIB, dentro da meta de R$ 143,1 bilhões fixada para o ano.  A dívida bruta do setor público subirá para 74,3% do PIB. Em 2016, a dívida pública foi de 69,9% do PIB.

 

Da Redação
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