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Ministério Público denuncia tenente por morte de Iarla: 'discriminação à condição de mulher'

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O Ministério Público Estadual, representado pelo promotor Ubiraci Rocha, ofereceu, nesta segunda-feira (17), denúncia à Justiça contra o tenente do Exército José Ricardo da Silva Neto. O oficial é suspeito de assassinar a namorada Iarla Lima Barbosa no dia 19 de junho deste ano, quando saiam do um pub localizado na zona Leste  de Teresina. O crime completa um mês amanhã (19).

Na denúncia, o promotor denuncia o tenente do Exército por feminicídio e alega motivo fútil. Ubiraci Rocha destaca que o crime foi cometido pelo menosprezo ou “discriminação à condição de mulher, haja vista a expressa manifestação de poder do acusado sobre a vítima, uma vez que estes mantinham uma relação amorosa (namorados), há apenas sete dias”. 

O promotor afirma que o tenente creditou à Iarla comportamento desrespeitoso, questionando, antes de atirar contra ela, se a jovem achava que ele era criança e que ele havia visto a vítima dançar com homens que estavam no pub. “Conduta que, sem sombra de dúvidas, denota uma atitude banal do acusado, evidenciando assim o motivo fútil em suas ações”, denunciou o promotor.  

O tenente também foi denunciado por tentativa de homicídio qualificado pelo feminicídio de Josiane Mesquita da Silva e Ilana Lima Barbosa, amiga e irmã [respectivamente] de Iarla que também foram baleadas por José Ricardo da Silva Neto. 

O Ministério Público pede à Justiça que a denúncia seja aceita e que o tenente seja submetido a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri de Teresina. 

A mãe de Iarla ,Dulcinéia Lima contou ao Cidadeverde.com  que a filha começou a namorar o tenente do exército no dia 12 de junho, Dia dos Namorados.  A jovem relatou à mãe que conheceu o rapaz na faculdade - onde ela fazia Arquitetura e ele, Direito - e que ele havia pedido ela em namoro. O tenente chegou a dar flores para Iarla para que ela aceitasse o pedido. 

"Ela ficou logo encantada. Disse que ele era gentil, respeitador e que ia aceitar sair com ele", disse a mãe.      

                 

Iarla morava com a irmã, Ilana Lima Barbosa, 22 anos. Elas residiam em Timon-MA. Em entrevista à TV Cidade Verde, a jovem relembrou  os últimos momento de vida de sua irmã e contou que a estudante pediu para que o tenente não atirasse. "Ela botou a mão na frente da arma e pediu que ele não fizesse isso", descreveu.

A família de Iarla agora desenvolve uma campanha pedindo justiça. A mobilização #NadaJustificaMatarUmaMulher quer chamar atenção da sociedade contra feminicídios. 

 

Izabella Pimentel
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