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Ovodoação aumenta chances de gravidez

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ENTREVISTA: Maria Luiza Barreto


O desejo de engravidar é o sonho de muitas mulheres, mas muitas vezes acaba sendo adiado pelo desejo de conquistar o sucesso profissional, estabilidade financeira ou outros motivos. taxa de mulheres grávidas por idade cai irremediavelmente: Aos 25 anos, existe uma possibilidade de 25% por ciclo da gravidez ir em frente. Aos 30, 22%. Aos 35, 12%. Aos 40, 5%. E, com 45, apenas 1%. O número de mulheres que procuram tratamentos de reprodução crescem a cada ano. Os tratamentos mais populares são a FIV – Fertilização In Vitro – e a inseminação artificial, mas existem outros tratamentos, e o menos conhecido que amplia as chances do sonho da gravidez é a Ovodoação, que como o nome sugere é a doação de óvulos de uma mulher para a outra.

O Conselho Federal de Medicina, CFM, por meio da Resolução N° 1358/92, determina que a doação de óvulos não pode ter caráter lucrativo e o anonimato da doadora deve ser preservado e vice-versa. É semelhante à doação de sangue ou órgãos e corresponde a 1/3 das gestações depois dos 40 anos. O especialista em reprodução humana, Anatole Borges, a responsabilidade da escolha dos óvulos é da clínica, que geralmente seleciona aqueles com características semelhantes e o máximo compatível possível com a receptora. “Infelizmente, ainda é pequeno o número de doadoras, talvez por falta de informações sobre sigilo, sobre que não fará nenhum mal à sua saúde e também a consciência sobre o quanto pode ajudar um outro casal na construção de sua família”, frisou o médico.

Como funciona a ovodoação?
Anatole Borges - A doadora participa de um tratamento semelhante à FIV, pelo qual receberá medicamentos, que podem ser através de injeções ou via oral, para estimular a produção dos óvulos. Quando prontos são aspirados para que sejam fecundados no laboratório, através da fertilização in vitro, com o espermatozoide do esposo da doadora. Após a formação dos embriões, eles são inseridos no útero da paciente.

Quem pode doar?

Anatole Borges - Toda clínica realiza um cadastro da doadora para que fique registrado suas principais informações. Esses dados ficam sob sigilo e jamais serão revelados para as receptoras e vice-versa. Geralmente quem pode doar são mulheres de até 35 anos, que contenham testes negativos pra DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), com o histórico de doenças genéticas negativos e tenham a tipagem sanguínea compatível com a receptora. Não podem se conhecer em hipótese alguma

Há riscos para as doadoras?
Anatole Borges - Absolutamente não! Os riscos que as doadoras correm são os mesmos que qualquer mulher que se submeta a uma FIV comum, sendo que nos dias de hoje, com medicamentos e protocolos mais modernos nem mesmo a Síndrome do Hiperestimulo ovariano tem se observado.

E para as receptoras?
Anatole Borges - Também não existem riscos, apenas os mesmos que qualquer mulher submetida a FIV teria ao receber embriões. No geral, o risco maior que existe é de gravidez múltipla. Situação que pode ser contornada com a transferência de somente um embrião.

Qual a chance de engravidar com óvulo doado?
Anatole Borges - As chances são infinitamente superiores aos de óvulos de uma mulher acima dos 40 anos. Para se ter uma ideia acima dos 40 anos a chance de gravidez na FIV com óvulos próprios é em torno de 5%, com um risco de parto de um bebê com Síndrome de Down em torno de 1 para cada 80 partos. Já em uma FIV por ovodoação a chance de gravidez salta para 50-60% e os riscos de um bebê com Síndrome de Down fica em torno de 1 para cada 1.600 partos, portanto bem mais segura.

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