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Poesia, lançamento de livro e música mobilizam a Praça Pedro II nesta sexta (21)

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Trabalhando a ocupação de espaço público no centro histórico de Teresina com poesia, a edição de julho da temporada 2017 do projeto Roda de Poesia Tensão, Tesão & Criação traz variada programação com sarau, feira, lançamento e pocket shows na praça Predo II / Café Art Bar, nesta sexta-feira (21), a partir das 17h53.

O projeto acontece como uma política pública independente e autoral agregando artistas, produtores e fomentando a produção e expressão da poesia contemporânea brasileira feita no Piauí. Com programação totalmente gratuita, o projeto que acontece desde 2015 vem alcançando o objetivo de criar espaço e público para a poesia contemporânea, gerando conexões e possibilitando o surgimento de novos artistas da poesia.

O poeta e colaborador do projeto, Lucas Rolim, é um exemplo deste ciclo espaço-expressão-expansão. Lucas conta que no Roda de Poesia ele receitou seus versos pela primeira vez a e agora lança seu primeiro Livro na edição de amanhã do evento.

“Na Roda eu comecei a conhecer os poetas, os artistas da noite, entender como se faz o movimento cultural em Teresina e onde comecei a mostrar meus textos. Foi onde subi num palco, recitei e me senti muito bem. Pensei ‘eu quero continuar fazendo isso’, não só vir para as rodas, eu quero fazer a roda também. Dois anos depois estou aqui, sou poeta e estou lançando meu livro. Quer dizer, na Roda eu comecei e agora é onde estou lançando meu livro. É um orgulho muito grande e faço questão de fazer esse lançamento na Roda de Poesia”, destaca.

O Idealizador e coordenador do projeto, João Henrique Vieira, vê o Roda como uma trincheira de resistência e expansão para a produção poética e artística em espaço público, valorizando o Centro histórico de Teresina.

“Digo que o Tensão, Tesão & Criação veio da necessidade de termos espaços para a poesia contemporânea e suas questões, onde o público pudesse ouvir e recitar, encontrar com os autores, comprar produtos artísticos e criar laços com a cidade e com os espaços públicos por meio da poesia. Um cenário literário acontecendo no nosso centro histórico. Vejo como uma política pública, quando a arte agrega pessoas e ocupa a praça de forma livre e democrática. É uma batalha coletiva que vale muito a pena”, destaca João.

Anderson Chaves, colaborador do projeto é outro exemplo do ciclo positivo e agregador. Anderson conta que começou a frequentar os saraus e aos poucos passou a fazer parte.

“Conheci o Tensão, Tesão e Criação há menos de um ano e desde então fiquei instigado com o projeto, por conta da fé que ele deposita na poesia, da resistência imposta diante das dificuldades de fazer arte na nossa cidade e da realização de eventos bonitos, gratuitos, agregadores. Por acreditar na ideia, quis logo fazer parte. O palco aberto, as mentes abertas e principalmente os braços abertos de todos que me receberam de maneira tão extraordinária, só tenho gratidão. Hoje, fico orgulhoso ao perceber que estamos fazendo história com esse movimento genuíno e tão nobre de redescobrir espaços por meio da poesia”,ressalta.

Outro destaque do projeto é o fomento à economia criativa com feirinha de arte, onde se pode comprar diversos produtos artísticos. “Esse espaço tem se constituído como um mercado-exposição da arte de Teresina, com livros, revistas, zines, CDs, artesanato artístico, artes plásticas, camisetas, culinária, sebos. A feira se torna o espaço em que o artista e o público se encontram e interagem. Fomentar o consumo de arte-cultura proporciona a criação de público para eventos como o Roda e para as mais diversas expressões artísticas”, comenta o colaborador Dante Galvão.

Programação gratuita, variada e autoral

Alcançar leitores e transcender públicos, criar espaços e conexões são objetivos do projeto, segundo explica o coordenador João Henrique Vieira. “O Roda de Poesia é a possibilidade de variados públicos circularem no mesmo ambiente, por isso pensamos uma programação que começa ao final da tarde, o que permite ao público estudantil, trabalhadores do comércio e o público geral participarem em alguns dos momentos da programação”, esclarece João.

Esta edição do projeto marca um momento muito especial com o lançamento do livro Mirábolo (Ed. Moinhos, 2017), de Lucas Rolim, primeiro livro desse jovem e promissor poeta. A ocasião é simbólica, pois Lucas, que é colaborador do projeto, começou a recitar e participar dos movimentos culturais na Roda de Poesia “Tensão, Tesão & Criação”, em 2015, onde tudo começou para o poeta, os recitais, as conexões com outros poetas e artistas, a paixão pelo meio cultural. Agora, dois anos mais tarde, o poeta lança seu livro no mesmo sarau.

“O Mirábolo” é um livro dividido em duas partes, “madrugada incendiária” e “manhã de pássaros”, que conversam entre si e tratam do campo onírico como um plano onde é possível a conexão consigo e com o cosmos. Apesar de ser um livro conceitual, os poemas são independentes e possuem uma mística própria, tratando de temas como o amor, a expansão da consciência e a experiência com o surreal. “A poesia de Lucas aproxima a matéria carnal do fluxo onírico – combinação tão importante feita por escritores valiosos do século XX”, diz o poeta Demetrios Galvão.

O evento também apresenta nesta edição dois pocket shows.  O primeiro é o do cantor, produtor e compositor Ravel Rodrigues que chega lançando seu segundo disco, “Inarredavelmente” (2017), que tem como marca a fusão de vários olhares de cantor. O disco explode num mosaico de referências e, principalmente na marca de criação do próprio cantor.

O disco é de produção independente, levando dois anos para ser 'finalizado', com gravações em Teresina, Belo Horizonte e Brasília. O resultado é um conjunto completo e de qualidade. Mostra também a evolução de Ravel Rodrigues no campo da produção. Muito sobre amor, energia e espiritualidade, povo, passeatas, movimento, reflexo do homem, de si e do mundo.

O outro pocket show da noite trará o trabalho dos músicos Pedro Bem e Severo, com o trabalho Dubem. Do norte periférico o som surge severo, poético e urgente. Um suingue que sacode em volta. Dando sequência ao discurso da boca. Após seis anos no cativeiro da terra. Sambas, transas, rocks, batucadas, hip-hop, não há definição. O som não precisa de preconceitos, ele é aqui e agora dentro de você, no suor dos homens da pele seca, no cabelo preto da mulher negra, no sangue e na flecha dos tremembés. A periferia tem voz, que canta sua aldeia e cantarás o mundo.

 

Da redação
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