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Durante os 30 dias de vida do pequeno Arthur, 86 pessoas foram vítimas de bala perdida no Rio

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Arthur não tinha sequer nascido quando foi atingido por uma bala perdida, ainda na barriga da mãe. Morreu 30 dias depois, sem ter sequer visto o mundo fora do Hospital estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde ficou internado exatamente um mês. Enquanto Arthur lutava pela vida, a violência no Rio não deu trégua. Neste mesmo período, 86 pessoas foram atingidas por balas perdidas em todo o estado — uma média de três inocentes baleados por dia.

Desse total, pelo menos duas vítimas morreram — ambas antes de chegar à maioridade: Bryan Eduardo Mercês, de 6 anos, atingido nas costas em meio a uma briga de trânsito no último dia 9, em Campo Grande, na Zona Oeste, e Vanessa dos Santos, baleada na cabeça na porta de casa durante um confronto entre PMs e traficantes no dia 4, no Complexo do Lins, na Zona Norte.

A contagem foi feita com base em registros de ocorrência classificados pela Polícia Civil como casos com “vítimas de balas perdidas”. A metodologia passou a ser empregada pela instituição a partir de julho de 2015, após o EXTRA revelar, na série “Estatística de Festim”, que a forma usada pelo governo do estado para contabilizar vítimas de balas perdidas era falha. Atualmente, são classificadas como vítimas de balas perdidas pessoas atingidas por disparos de armas de fogo que não eram alvo dos atiradores.

Vinte dos 86 casos aconteceram na Baixada Fluminense, onde Arthur foi baleado. A investigação da Polícia Civil ainda não identificou o autor do disparo, mas concluiu que o tiro partiu de um ponto onde estavam traficantes. Eles tentavam atacar policiais militares, que chegavam à Favela do Lixão. Na ocasião, a mãe de Arthur, Claudineia dos Santos Melo, de 29 anos, voltava para casa depois de fazer compras em uma mercearia.

 

Fonte: Extra

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