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Vereador cobrava propina para liberar corpos do IML

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Preso por integrar um esquema de propina no Instituto Médico-Legal (IML) de Campo Grande, nomeado de "pedágio da morte", o vereador Gilberto de Oliveira Lima (PMN) é o mesmo que reagiu a um assalto e matou um bandido em 12 de maio deste ano.

Na ocasião, ele atirou contra a dupla de ladrões ao ser abordado quando retornava da Câmara Municipal. Kaio Alves da Fonseca, de 18 anos, foi atingido no pescoço e na cabeça e morreu ao dar entrada no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo.

No assalto, o Dr Gilberto, como é chamado por ser médico legista, também saiu ferido, sem gravidade. O segundo ladrão foi baleado no abdômen, sobreviveu e acabou preso. Procurado na época, o parlamentar destacou que precisou se jogar no chão durante a ação dos bandidos.

— Graças a Deus não fui atingido por nenhum disparo, mas acabei me ficando com algumas partes do corpo raladas, porque, no momento da tentativa de assalto, tive que me jogar no chão — contou Gilberto, que ganhou fama nas redes sociais após a reação.

Pedágio da morte

Nesta terça-feira, uma investigação do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Civil revelou que o vereador participava de um esquema que cobrava de parentes de mortos um "pedágio" para a liberação dos corpos. 

O propinoduto durou entre 2014 e 2016, segundo as autoridades. Gilberto é ex-diretor do Posto Regional de Polícia Técnica de Campo Grande e teria se beneficiado de parte dos lucros mensais de R$ 150 mil da organização criminosa.

O diretor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), Sérgio William Silva Miana, outro que exerceu a chefia do posto de Campo Grande no período investigado, também teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. O terceiro preso é o comissário Franklin Silva da Paz, que exercia a chefia administrativa do mesmo posto.

O esquema funcionava com cobrança ilícitas para que cadáveres, que davam entrada no IML por morte natural, fossem liberados para funeral e consequente enterro, após desnecessários exames de necrópsia. 

Em troca da venda de facilidades, funerárias embutiam no preço cobrado às famílias os valores de propina que teriam de ser repassados aos policiais ligados à organização criminosa.

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