Autoridades participaram neste domingo (20) de uma missa em homenagem às vítimas dos ataques da última quinta-feira (17) em Barcelona. A cerimônia aconteceu na Sagrada Família, icônico templo católico da cidade desenhado por Antoni Gaudí.
O rei Felipe da Espanha e a rainha Letizia estavam no local, assim como o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy. O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, também compareceu.
O local teve segurança reforçada para a celebração, com atiradores posicionados sobre o teto da catedral na área externa, de acordo com a BBC.
'Vamos superar o medo'
Durante a cerimônia, o cardeal Juan José Omella, arcebispo de Barcelona, pediu paz e unidade. "Vamos superar o medo", disse. Ele também leu uma mensagem do papa Francisco, que afirmou condenar "mais uma vez a violência, que é uma ofensa muito grave contra o criador" e pediu a "ajuda a Deus para que possamos continuar trabalhando pela paz e harmonia no mundo".
"A união nos fortalece, a divisão corroe-nos e nos destrói", acrescentou o cardeal. Relatos da imprensa espanhola indicam que o grupo por trás dos ataques, que mataram 14 pessoas e feriram outras 130, também pretendia atacar a Sagrada Família com explosivos.
Quatro pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento nos atentados, três marroquinos e um espanhol. Nenhum deles, porém, era o motorista da van que atropelou uma multidão em La Rambla, em Barcelona. Nesta sexta (18), os investigadores disseram que o suspeito é o marroquino Younes Abouyaaqoub. A polícia acredita que ele ainda está foragido.
A Espanha decidiu manter neste sábado (19) seu alerta de ameaça terrorista no nível 4, um ponto abaixo do nível máximo, declarando que nenhum novo ataque é iminente. O ministro do Interior, Juan Ignacio Zoido, disse que o país, no entanto, reforçará a segurança em locais turísticos e eventos que atraem muitas pessoas. Zoido afirmou ainda que o governo já considera "totalmente desarticulada" a célula de 12 pessoas por trás dos ataques.
Ataques em Barcelona e Cambrils
O atropelamento em Barcelona começou nas imediações da praça Catalunha e percorreu 600 metros da Rambla atingindo as vítimas (veja mapa abaixo). A polícia investiga o uso de duas vans. Uma delas foi usada de fato no atropelamento em La Rambla, enquanto um segundo veículo do tipo foi localizado na cidade de Vic, a cerca de 60 km ao norte de Barcelona.
Menos de 10 horas depois do primeiro atropelamento, um Audi A3 foi usado para atropelar pedestres, em Cambrils, cidade a 117 km de Barcelona. A polícia reagiu, matando cinco suspeitos.
Os investigadores trabalham com a hipótese de que os ataques foram preparados a partir de um imóvel na cidade de Alcanar, ao sul de Barcelona. Lá, uma explosão, que foi atribuída a um vazamento de gás, deixou um morto e outros sete feridos na noite de quarta (16), véspera dos ataques, e teria prejudicado a organização dos atentados. No local, estavam estocados mais de 20 cilindros de gases butano e propano.
Fonte: G1
