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TJ ordena reintegração do delegado Wendell Reis; Estado recorre

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O desembargador Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho decidiu na última quarta-feira (15) pela reintegração do ex-delegado de Polícia Civil, Wendell Reis. Ele foi demitido da categoria em 2009, quando foi acusado de extorsão.


Wendell Reis

O ex-delegado responde ainda por um homicídio praticado contra Ricardo Seabra, em 6 de setembro de 2003. Por este crime ele foi julgado e condenado duas vezes em 1ª instância, mas ganhou direito de recorrer em liberdade.

Procurador Kildere Ronne

Segundo o procurador do Estado, Kildere Ronne, a decisão não deve ser cumprida. "O fator principal para isso é que ele foi demitido por dois fatos: pela corrupção ativa e pelo homicídio. Nesta decisão, ele só conseguiu anular a corrupção", argumentou.

Kildere Ronne afirmou que a Procuradoria já entrou com medida cautelar para recorrer da decisão. "Esta é uma execução provisória, para que ele seja reintegrado até o julgamento de corrupção, mas consideramos que ele já foi condenado duas vezes pelo outro crime, portanto não deve voltar", completou.

 
Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho

Além de recorrer da decisão, outro recurso impetrado pela Procuradoria tentará suspender a ordem de execução provisória. "Como cumprir uma decisão, se ele continua demitido pelo outro motivo?", questionou o procurador.

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De acordo com Kildere Ronne, para conseguir a ordem de reintegração, o ex-delegado alegou que um dos membros da Comissão de Processo Administrativo não poderia fazer parte do grupo por já haver denunciado anteriormente outra falta de Wendell Reis.

O delegado geral de Polícia Civil, James Guerra, afirmou que até o momento não foi notificado sobre nenhuma decisão judicial para ser cumprida.

Atualizada às 10h55

O desembargador Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho, relator do processo, explicou que decidiu pela reintegração de Wendell Reis porque foram encontrados erros na montagem do processo. "Foram erros cometidos pela Secretaria de Segurança, erros procedimentais, relativos à defesa e ao contraditório do acusado".

A votação para decidir sobre a reintegração do ex-delegado foi empatada e decidida pelo presidente do Tribunal de Justiça, Edvaldo Moura, que seguiu o voto do relator.

A medida deveria entrar em vigor imediatamente, mas o ex-delegado deverá permanecer afastado até o julgamento do recurso impetrado pelo Estado.

Jordana Cury e Sana Morais
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