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O esporte brasileiro segue sob suspeita de corrupção

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A semana foi marcada no meio esportivo por denúncias de desvio de dinheiro na Confederação Brasileira de Voleibol, o segundo esporte mais popular do País. Em sua edição que está nas bancas, a revista Isto É publica:

- Faltando 20 meses para o Brasil sediar os Jogos Olímpicos, escândalos envolvendo corrupção e malversação do dinheiro público no esporte amador continuam vindo à tona. Na semana passada a Confederação Brasileira de Tênis foi denunciada pelo Ministério Público de São Paulo: o presidente da entidade, Jorge Lacerda Rosa, é acusado de utilizar no pagamento de contas pessoais parte das verbas que recebe. 

A Confederação Brasileira de Vôlei, por sua vez, segue sendo alvo de denúncias que acusam seus responsáveis de terem desviado R$ 30 milhões. Indignados com o fato de não terem recebido o dinheiro que legalmente lhes era destinado, jogadores estão entrando nas quadras usando nariz de palhaço. A Seleção corre o risco de ser suspensa das competições internacionais.

Outra importante revista brasileira, a Veja, traz uma entrevista com Bernardinho, técnico de tantas conquistas no comando da Seleção de Voleibol. Declarações do campeão:

- Eu me sinto traído. A quase certeza da impunidade é o que gera tudo isso, toda a corrupção.

- Extirpei o tumor do rim e estou bem. Mas fico ruminando: a irresponsabilidade vai te maltratando e maltratando. O que acontece com o vôlei é uma pequena célula doente de um organismo. Pode haver mais.

- Estamos no pior momento da nossa história em termos éticos, com todos esses mensalões, petrolões. Mas vou no clichê: toda crise é uma grande oportunidade. É hora da mudança efetiva, o Brasil tem de dar um basta.

- Os dirigentes do voleibol afastaram o esporte da sua essência, de valores como trabalho em equipe e disciplina. Acabou virando um balcão de negócios.

Um relatório divulgado pela Controladoria-Geral da União(CGU) revelou o desvio de  pelo menos 30 milhões de reais do dinheiro de patrocínio durante a gestão do presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, Ary Graça, entre 2010 e 2013. Logo  depois do canal por assinatura ESPN revelar os primeiros desmandos, Ary Graça renunciou ao cargo.

DENÚNCIAS DE DESVIO DE DINHEIRO FAZEM FUTSAL VIRAR CASO DE POLÍCIA

E mais um caso grave virou notícia na imprensa, agora envolvendo a Confederação Brasileira de Futsal, sob acusação de desviar dinheiro através de empresa fantasma. Consta que nesta segunda-feira(22) documentos serão entregues à Polícia Civil, à Polícia Federal e ao Ministério Público, juntamente com queixa crime.

O Sr. Aécio Borba, presidente da Confederação de Futsal de 1979 a junho de 2014(durante 35 anos) renunciou ao cargo logo após ter as contas da CBFS rejeitadas, quando uma auditoria mostrou que 3 milhões de reais foram gastos em 2013 com serviços não identificados. Consta que em 2013 a receita da Confederação foi de 32 milhões de reais e que seus principais patrocinadores eram Banco do Brasil e Correios. O atual presidente da entidade é Renan Menezes. O craque Falcão chegou a abandonar a Seleção de Futsal, em sinal de protesto contra a maneira como a CBFS estava sendo administrada.

Também foram parar na imprensa denúncias de irregularidades graves em outras confederações, como basquetebol, tênis, taekwond e ginástica.

Na verdade, a administração do esporte brasileiro precisa de mudanças radicais e imediatas em todos os setores, desde as confederações, federações estaduais e clubes. É inaceitável que dirigentes não prestem contas dos seus atos a conselhos,torcedores, jogadores e patrocinadores. A imprensa está cumprindo a sua parte, mas não temos conhecimento de punições aos responsáveis pelos desmandos. Pode ser que a imensa repercussão do caso do voleibol e o livro O LADO SUJO DO FUTEBOL mudem alguma coisa.

Dídimo de Castro
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