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Patrícia Mellodi canta Torquato em show no Rio de Janeiro

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“Somos cantores
Cantamos as flores
Cantamos amores
Trazemos também
A notícia da grande alegria que vem
Pra durar mais que um dia
E ficar como antigas cantigas
Que não morrem
Que não passam jamais
Como passam sempre os carnavais”

A estrofe do poema “Rancho da Rosa Encarnada”, do piauiense Torquato Neto, poderiam descrever o estado atual da cantora Patrícia Mellodi que irá estrear no próximo mês um show com a obra do Anjo Torto. O espetáculo já tem uma temporada garantida no teatro Cândido Mendes, em no bairro de Ipanema, Rio de Janeiro, durante todas as terças de novembro, mês em que o poeta faria 70 anos. 

 

 

“Há sete anos eu já vinha pensando em trabalhar com a obra do Torquato, nem sei por que não aconteceu. Outras coisas foram surgindo e nesse tempo acabei fazendo dois discos autorais. O Zeca Baleiro insistiu muito e pediu que eu não deixasse que outra pessoa fizesse antes. De repente, me dei conta que ele faria 70 anos em 2014 e tudo acabou convergindo a favor”, explica. 

Melllodi, que é teresinense, explica que, a princípio, queria gravar o álbum, mas há dois meses recebeu o convite de um amigo para reabrir a parte musical do Teatro Cândido Mendes. “O Teatro é uma espécie de casa da contracultura nos anos 1980 e 1990, passou por uma reforma e foi reaberto. É um espaço que tem tudo a ver com o Torquato. Então tive que agir rápido e começar a pensar no show. Fui a Teresina para aprimorar o que eu já vinha estudando, pedi ajuda ao George Mendes (primo de Torquato), que me indicou em que material confiar, me mostrou coisas que eu não conhecia. Então aprimorei o repertório”, descreve. 

A cantora diz que foram selecionadas 18 canções, entre elas, Mamãe Coragem, Louvação, Pra dizer Adeus, entre outras. “Quero fazer um show tipo exportação. Optei por músicas que ficaram marcadas na Tropicália e nas vozes de artistas como o (Luiz) Melodia, a Nana (Caymmi), a Gal (Costa), mas também vou cantar músicas como Rancho da Rosa Encarnada, que é uma parceria inusitada dele com o (Geraldo) Vandré. Os dois viviam se alfinetando e acabaram compondo juntos”, revela. 

Patrícia Mellodi será acompanhada por mais três músicos que ficarão responsáveis pela bateria, baixo, violão e guitarra semiacústica. O roteiro estará pautado em destacar a palavra deixada por Torquato, tanto nas canções, quanto em poesias. 

 

 

“Esse show não poderia ter surgido numa época melhor. Vamos celebrar os 70 anos do Torquato, que tem uma obra muito politizada, muito diversa. Foi bom ter amadurecido para poder fazer isso, por exemplo, ele trata de morte e vida, que é um tema que só tem mais maturidade pode entender de forma adequada”, avalia. 

A artista afirmou que deseja trazer o show ainda este ano para o Piauí. “Quero muito levar o show ainda este ano para pelo menos uma apresentação. Acho que seria importante. Estamos tentando conseguir a pauta no Teatro (4 de Setembro) e seria muito bom levar a obra do Torquato para o público de Teresina”, conclui. 

 

 

 

Carlos Lustosa Filho
[email protected]

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