No Piauí, cresce o número de pessoas com depressão adquiridas no ambiente de trabalho. Atualmente, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) gasta quase R$ 1 milhão por mês com o pagamento do benefício a pessoas com depressão. A quantia representa cerca de 2% do total de auxílios-doença mantidos no Estado. 

“A depressão é uma doença que vem crescendo e afeta o trabalhador. As pressões por resultados, a competitividade, a jornada excessiva e o estresse do ambiente de trabalho favorecem o crescimento do episódio depressivo”, destaca o psiquiatra Vicente de Paula Gomes Júnior. 

Para amenizar o problema, o psiquiatra sugere a criação de projetos, dentro das empresas, para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores. “Podem ser atividades físicas, suporte e acompanhamento psicológico dentro da própria empresa”, reitera. 

Entre os principais sintomas da depressão estão irritabilidade, prejuízo no convívio com os colegas de trabalho, diminuição da produtividade, aumento de faltas.

No Piauí, no primeiro trimestre de 2015, 147 trabalhadores se afastaram por motivo de depressão, resultando em R$ 110 mil mensalmente com auxílio-doença e até aposentadoria em decorrência da depressão. Dados do INSS apontam ainda que são pagos 1.320 benefícios a segurados, vítimas de transtornos depressivos. Do total, 501 são auxílio-doença; 507 aposentadorias por invalidez e 276 amparos sociais, além de 20 auxílios-doença por acidente de trabalho ocasionado pela depressão. 

A aposentadoria por invalidez em casos de depressão ocorre quando os sintomas são recorrentes e não há um acompanhamento, que pode ser feito tanto pelo SUS como pela rede privada. O tratamento é variável e dura no mínimo um ano. Cabe ressaltar que se o trabalhador estiver fazendo o devido acompanhamento, usando medicação e fazendo sua psicoterapia, ele vai ter uma vida normal com os demais colegas de trabalho”, reitera Vicente de Paula.

 

Graciane Sousa
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