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Com surto de meningite em Parambu-Ce, moradores de Pimenteiras devem evitar região

Um surto de meningite no município de Parambu-Ce, que faz divisa com Pimenteiras-PI (a 252 km de Teresina), tem deixado em alerta os profissionais da saúde na região em alerta. Na cidade cearense, duas pessoas morreram em decorrência da doença e duas estão internadas em Fortaleza. 

De acordo com a coordenadora de vacina da Secretaria Municipal de Saúde de Pimenteiras, Mayara Bezerra, a orientação que está sendo passada para os moradores que habitam mais próximo de Parambu é que evitem ir até a cidade. 

“Não podemos alarmar os moradores, mas como algumas localidades ficam mais próximas a Parambu do à zona urbana de Pimenteiras e tem carros que fazem linha diariamente para lá, a gente está orientando que as pessoas deixem de ir, pelo menos enquanto estiver em surto por lá”, destacou a coordenadora de vacina. 

Mayara Bezerra também é enfermeira do Programa Saúde da Família (PSF) de cinco localidades que fazem limite com o Ceará e disse que para eles é mais fácil ir até a Parambu. “Para eles é mais fácil fazer a feira em Parambu que fica a 30 quilômetros do que aqui na zona urbana que fica a 80 quilômetros de distância”, explicou. Nessa região moram cerca de 1.820 pessoas. 

Ela disse que também vai divulgar na rádio e nas redes sociais que as pessoas evitem ir à cidade nos próximos dias. “É o que a gente pode fazer, até porque não temos vacinas disponíveis para imunizar todo mundo e o tipo de meningite que foi detectada lá – a meningo B – não é o mesmo tipo da vacina disponibilizada pelo Ministério da Saúde que é o a do tipo C”, declarou a enfermeira. 

A Secretaria Estadual da Saúde do Piauí disse que averiguando as informações sobre o caso e assim que tiver os dados informa. 

Parambu

No Ceará, a deputada estadual Aderlânia Noronha requereu à Secretaria Estadual de Saúde que solicite envio de vacinas à população de Parambu. Para ela, “a situação é crítica e emergencial”.  

Em Parambu, a doença fez quatro vítimas entre os dias 18 e 23 de maio. Duas delas, um jovem de 24 anos e um senhor de 53, morreram, respectivamente nos dias 19 e 20, em decorrência da doença. Outros dois homens foram transferidos e seguem internados no Hospital São José, em Fortaleza, unidade de referência em doenças infectocontagiosas no Estado.

Sesapi esclarece
A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí informa que não houve casos notificados de meningite nos últimos 3 anos no município de Pio IX. Os municípios que registraram casos confirmados (16 casos) em 2017 foram Barras, Batalha, Campinas do PI, Picos, Piripiri, Regeneração, Santo Antônio e Teresina. Em 2016, foram 154 casos confirmados.
 
Por conta dos casos notificados em municípios limítrofes entre o Ceará e o Piauí, especialmente em Pio IX e Pimenteiras, a Secretaria de Estado da Saúde vai enviar técnicos para aquela região, informou Florentino Neto. “Estamos vigilantes quanto a estas notificações. Entramos em contato com a Secretaria do Ceará para conhecimento dos casos e vamos enviar uma equipe àqueles municípios para orientar as secretarias municipais de saúde, dando todo aporte necessário”, afirma Florentino.
 
O secretário reforça a importância da vacina, que é considerada a forma mais eficaz na prevenção da doença. As vacinas são utilizadas na rotina para imunização e também para controle de surtos e estão disponíveis no Calendário Básico de Vacinação da Criança do Programa Nacional de Imunização (PNI/MS). A imunização primária consiste de duas doses, aos 3 e 5 meses de vida, e o reforço entre 12 e 15 meses de idade. No ano de 2017 foi introduzida a vacinação para meningo C para adolescentes de 12 a 13 anos de idade.
 
Os sintomas da doença em criança ou adulto são febre, cefaléia, vômitos, rigidez de nuca, outros sinais de irritação meníngea, convulsão e petéquias. O modo de transmissão é o contato direto através das vias respiratórias e secreções nasofaríngeas.
 
Os casos notificados devem ser encaminhados ao Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela e os exames confirmatórios são enviados para o Laboratório Central – LACEN.

Caroline Oliveira
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