Cidadeverde.com

Presa por tentar assistir a jogo de vôlei é solta no Irã

Imprimir

As autoridades iranianas libertaram no fim de semana Ghoncheh Ghavami, presa por tentar assistir a um jogo de vôlei masculino entre a seleção local e a equipe da Itália, em 20 de junho. A família de Ghoncheh afirmou à rede britânica BBC que ela foi solta por apresentar problemas de saúde decorrentes de uma greve de fome que a jovem de 26 anos iniciou na prisão. Segundo a imprensa local, ela pagou fiança de 38.000 dólares (quase 97.000 reais) para ser libertada.

A jovem de dupla cidadania iraniana e britânica aguarda com a família em Teerã uma decisão da Corte de Apelações para saber se terá de cumprir o restante da sentença de um ano anunciada no início deste mês. O irmão de Ghoncheh, Iman Ghavami, disse que ela já serviu cinco meses da  condenação. “Todo mundo está feliz. Há muitas possibilidades, não sabemos ao certo o que poderá acontecer, mas esperamos pelo melhor desfecho possível”, afirmou. Iman também revelou que sua irmã sofria de problemas intestinais. Ela iniciou uma greve de fome para protestar contra sua “detenção ilegal”. Teerã relacionou a atitude da jovem com um ato de propaganda contra o regime dos aiatolás.

O Irã baniu a presença de mulheres em jogos de vôlei em 2012, alegando que elas não deveriam ser expostas ao comportamento rude dos homens durante os eventos esportivos. A proibição já era válida para partidas de futebol desde a revolução de 1979. Insatisfeitas com o veto, Ghonchech e outras jovens protestaram fora do centro esportivo de Azadi, em Teerã, exigindo liberdade para que as mulheres possam acompanhar eventos esportivos. O grupo foi espancado pelas autoridades, mas a maioria das manifestantes acabou sendo liberada. apenas Ghonchech foi condenada.

Londres tentou contato com o governo iraniano para obter informações sobre o caso, mas os pedidos foram em vão. A Grã-Bretanha não possui presença diplomática no Irã e o diplomata encarregado de se relacionar com Teerã, Ajay Sharma, viaja esporadicamente ao país. Segundo a chancelaria britânica, a República Islâmica não reconhecia o fato de Ghoncheh ter dupla cidadania britânica e iraniana. Para o regime, o passaporte europeu da jovem era irrelevante nesta situação. 

Fonte: Veja

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais