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Promotora culpa Estado por violência e admite falha de comunicação com juiz

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A promotora substituta da 2ª Vara da Infância e da Juventude, Verá Lúcia Santos, reagiu no começo da noite de hoje (27), em entrevista ao Jornal Cidade Verde, às declarações do juiz Antônio Lopes, também da 2ª Vara da Infância e a Juventude, de que o Ministério Público não tem cooperado para o julgamento de menores infratores em razão da ausência de representação. Segundo ele, existem na Vara, 208 boletins de ocorrências de infrações graves como latrocínios, homicídios e estupros praticados por adolescentes.

"O Ministério Público não pode ser responsabilizado pela demanda tão grande de adolescentes infratores. A nossa função não é essa. O aumento constante da violência é uma questão de Estado. Mas, a partir de amanhã, nós vamos normalizar e em menos de dois dias eu resolvo tudo isso", afirmou.

Vera Lúcia explicou que o número alto de boletins de ocorrência sem representação se deu por uma falha de comunicação, já que a promotora titular da vara enfrentou problemas de saúde logo após retornar das férias. Nesse período, a promotoria ficou sem titular. "A 2ª Vara da Infância e da Juventude tem uma demanda muito grande de processos. A nossa colega promotora entrou de férias e eu sou a promotora substituta. Houve uma falha de comunicação, porque quando a promotora entrou de férias, recebemos os processos da Vara da Infância e em cinco dias nós despachamos 87 processos. Ficamos em seu lugar do dia 7 a 12 de janeiro. Acontece que a doutora Francisca está doente e acho que o Dr Lopes não teve conhecimento e ela entrou com um pedido de licença médica, só que existe todo um entrave burocrático junto ao IAPEP para se conseguir essa licença. Enquanto ela estava lutando para receber essa licença para tratamento de saúde, eu como substituta não poderia responder pelos processos dela, porque até então ela ainda não estava afastada", relata.

Vera Lúcia declarou que desde ontem já voltou a responder pela  2ª Vara da Infância e da Juventude, agora devidamente munida de portaria. "O período ficou em aberto, mas ela (a promotora titular) não pode responder por causa do seu estado de saúde. Vamos assumir amanhã e nós faremos o nosso trabalho. O Dr Lopes me conhece muito bem, sabe como eu sou uma profissional dedicada. Trabalho muito. O povo do Piauí sabe do meu trabalho. Isso jamais iria acontecer. Isso foi uma questão de má comunicação, senão ele não teria vindo pra cá falar isso", desabafou. 

Foto: Graciane Sousa/Cidade Verde

Hérlon Moraes
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