A senadora Regina Sousa (PT) declarou, nesta sexta-feira (29), que acredita em uma candidatura própria do PT para a prefeitura de Teresina. Em entrevista ao Jornal do Piauí, ela falou ainda sobre o projeto de reforma política e disse que o presidente da Câmara dos deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), agiu como um "imperador".
Regina adiantou que o diretório municipal do PT já vem conversando sobre a candidatura à prefeitura de Teresina e que seu apoio a uma candidatura própria depende dos nomes que o PT apresentar. Ela disse ainda que a possível candidatura do senador Elmano Férrer (PTB) deverá fazer os petistas avaliarem o apoio ao ex-prefeito da capital.
"O diretório municipal já abriu discussão e especulou nomes, foi um primeiro debate. Apenas no segundo semestre isso vai se definir de fato. Por enquanto, não sabemos como vai se comportar o senador Elmano, temos que aguardar o PTB, como vai se comprovar. Se Elmano for [candidato], é uma discussão que o PT deve fazer. Se tiver um nome no PT com respaldo, não fecho dizendo que não apoiarei, depende das candidaturas que se apresentarem", disse.
Reforma política
Para a senadora petista, o deputado federal Eduardo Cunha agiu como imperador e foi desrespeitoso com o trabalho da Comissão Especial de Reforma Política, ao ignorar o trabalho de elaboração de um relatório produzido ao longo de quatro meses. Além disso, afirmou que Cunha descumpriu o regimento interno da Câmara.
"Ele foi desrespeitoso demais com a comissão, ignorou um trabalho de um relatório de quatro meses. Ainda descumpriu o regimento, porque levou ao plenário mais uma vez a questão do financiamento de campanha, que é um ponto que interessa a ele, mesmo perdendo em primeira votação ele colocou pra votar de novo. Ele está agindo como o "dono da bola", e já que tem uma bancada muito fiel, ele quer ir até ele ganhar", declarou.
Para ela, o ponto principal de divergência entre as votações ocorre por um erro de origem. "Deveria haver uma comissão mista, porque com um gesto imperador o presidente da Câmara ignorou as decisões da comissão, não sei se a população sabe o que está se passando, mas isso é um erro de origem, desde o início deveria ter sido diferente. No senado se vota uma coisa e retorna para a Câmara e muda tudo", afirmou.
Quantos os principais pontos a serem votados no projeto de reforma, a senadora piauiense declarou ser a favor do fim da reeleição para cargos executivos, do mandato de cinco anos para deputados e senadores e também do fim do financiamento de campanha por empresas. Segundo ela, o financiamento desta forma é a "origem de todos os males da corrupção".
"As empresas financiaram todos os partidos, é o dinheiro publico usado de forma enviesada, porque é fruto da sonegação. Seria o ideal que fosse aprovado, mas não tenho muita esperança. E mandato tem que ser igual para todo mundo, tem alguns que são contra porque acham que são eternos", declarou.
"PT se igualou"
A senadora comentou ainda que as diversas polêmicas envolvendo o seu partido em escândalos de corrupção têm início nos maus hábitos assimilados pelo PT.
"É preciso mudar a forma de agir na política e acho que nos desgarramos das origens do PT, que sempre combateu a corrupção, na questão eleitoral. Assimilamos todos os maus hábitos e assim a gente se deu mal. Por isso defendo o fim de financiamento, para ver se volta ao que era antes, acredito que o PT ainda tem credibilidade", afirmou.
Maria Romero (especial para o Cidadeverde.com)
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