A edição da revista alemã Der Spiegel publicada nesta segunda-feira (10) afirma que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse a representantes da Federação Norueguesa de Futebol, durante jantar no dia 13 de outubro, que "a Copa de 2022 não será no Qatar" (veja o vídeo). De acordo com a reportagem, o cartola teria ainda criticados os árabes, organizadores do evento, e informado que os xeques do país supostamente possuem ligações com a milícia terrorista do Estado Islâmico. 

"Eles pensam que conseguem tudo com o dinheiro", teria afirmado Blatter aos dirigentes noruegueses. A revista alemã informou que as informações foram passadas por fontes importantes. 

O Qatar foi escolhido sede da Copa do Mundo de 2022 após vencer uma eleição em que dirigentes da Fifa, incluindo Blatter, tiveram direito a voto. Os árabes ganharam o pleito por 14 votos a 8, superando os Estados Unidos na disputa. 

A mudança de uma sede do Mundial precisa ser aprovada pelo Comitê Executivo da Fifa. A entidade negou as informações da revista e informou que a Copa será realizada no Qatar. 

A Fifa apura suspeitas de corrupção na eleição que definiu o Qatar e a Rússia como sedes da Copas de 2018 e 2022, respectivamente. A entidade nomeou o ex-procurador federal americano Michael Garcia para conduzir uma investigação sobre o tema. Um relatoria foi entregue em setembro a Blatter, que decidiu não tornar pública a versão integral do texto, alegando respeitar a confidencialidade das testemunhas, 

A suspeita de corrupção na escolha das Copas surgiu após revelações de que Mohamed bin Hammam, então vice-presidente da Fifa, teria supostamente subornado, com pagamentos no valor total de 3 milhões de libras (mais de R$ 11 milhões), dirigentes ao redor do mundo, para influenciar os votos na escolha da sede da Copa de 2022. Hammam, que foi banido da Fifa, era membro da executiva que deu a vitória ao Qatar sobre EUA, Japão e Austrália.

Fonte: Jornal do Comercio