O deputado estadual reeleito Robert Rios (PDT) afirmou que não seguirá a orientação do seu partido e permanecerá na oposição a Wellington Dias (PT). Ex-secretário de Segurança dos dois primeiros governos de Wellington e do governo Wilson Martins (PSB), Robert afirma que foi "massacrado" com a falta de investimentos.

Robert criticou as atitudes do governador eleito que, segundo ele, tem demonstrado que quer "escravizar" os poderes Legislativo, tendo a maioria dos deputados compondo sua base, e Judiciário, barrando os reajustes no Orçamento para o Tribunal de Justiça e propondo que as necessidades de obras sejam sanadas a partir de convênios com o Executivo.

"Ele já escravizou a Assembleia. Alguns deputados não. A Assembleia hoje é uma senzala. Ele foi até a Assembleia dizer que não queria modificação na Lei Orçamentária. Aí o deputado Antonio Félix argumentou que os juízes tiveram aumento, o teto cresceu, precisa de concurso para o Judiciário, o TCE. Wellington Dias disse disse para deixar tudo como está e quando o Judiciário precisar de alguma coisa faz um convênio com o Executivo. Ora, ele quer fazer o bolsa tinta, o bolsa tijolo. Quer fazer com o Judicipario a mesma coisa com a Assembleia, quer submeter os poderes à vontade dele", disse.

O deputado criticou também a proposta apresentada pelo governador eleito de modificar a vinculação do reajuste dos auditores. A proposta é vincular ao vencimento do governador, ao invés de vincular ao teto dos desembargadores e ministros do STF. A alegação é de que o Estado passa por dificuldades e essa vinculação ao teto dos ministros iria onerar a folha.

Oposição

Apesar da orientação do PDT ser de integrar-se ao governo, Robert afirmou que a decisão de permanecer na oposição é irreversível. Segundo ele, a próxima legislatura na Assembleia terá uma oposição consistente, não importando a quantidade de parlamentares que integrem o bloco.

"Acho que a oposição não precisa de quantidade, mas de qualidade. Minha filha tem um cartão meu do Banco do Brasil e quando ela abastece no posto apita no meu celular dizendo o quanto ela gastou. Assim eu quero acompanhar as contas do governo, assim como essas secretarias que eu entender que podem ter prejuízo com má gestão. Agora, vamos ter uma oposição grande na Assembleia pela primeira vez. Não vai ter bolsa cargo, a tentativa de transformar a Assembleia na senzala do Karnak. Nessa Assembleia vai ter muito escravo rebelde", comentou.

Fábio Abreu na Segurança

Robert considera o deputado federal eleito Fábio Abreu um bom nome para ocupar a pasta, com experiência e conhecedor dos problemas que a Segurança enfrenta. Porém, enfrentará dificuldades. "É um jovem, o Piauí quer que ele vá para Brasília, mas ele é um homem gabaritado. Só não pode deixar que façam com ele o que fizeram comigo: matar por inanição. O custeio da Potycabana era maior que o da Segurança. Isso era para demonstrar como se fosse o secretário que estivesse falhando", declarou.

Leilane Nunes
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