Alcançar a meta de erradicar o trabalho infantil no Brasil até 2020 depende de ações que envolvam o poder público e toda a sociedade. Em São João do Piauí, durante o lançamento do novo formato do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), o prefeito Gil Carlos Modesto chamou atenção para a necessidade de se discutir o problema, bem como orientar as famílias que resistem aos costumes e mantém seus filhos trabalhando.

 

O evento aconteceu nessa quarta-feira (10), no Centro Cultural Ministro Petrônio Portela, como parte da programação da I Semana do Bebê.

"Os conceitos de trabalho mudaram e é preciso orientar as famílias e mostrá-las os riscos para o futuro dessas crianças. Queremos convocar a sociedade para debater o problema e para se unir ao poder público. Esperamos colaborar para a erradicação do trabalho infantil até 2020", disse o prefeito.

A secretária de Assistência Social, Beronisa Pereira, destacou o trabalho que vem sendo realizado e os resultados alcançados. "Havia em torno de 15 meninos e meninas, dia e noite, nas ruas. Uma situação que mudou nesses dois anos. A maioria hoje frequenta a escola. Nós vamos de casa em casa buscar esses jovens para levá-los à sala de aula", completa.

O conselheiro tutelar Francisco José, de Teresina, parabenizou a iniciativa e também convocou a sociedade para "combater o problema na raiz". Além dele, o evento contou com a presença do também conselheiro Francisco Hélio, de Teresina, e do presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, José Alves de Lavor.

A coordenadora do PETI em São João, Gilda Tavares, destacou ainda que a proteção das crianças e adolescentes é um compromisso assumido pelo município desde o início de 2013.

"Antes era honroso ter uma criança trabalhando, hoje esses valores mudaram. Vamos trabalhar juntos pelo fim do trabalho infantil. Vamos levar esse discurso para dentro de casa e para as escolas", finalizou o prefeito Gil Carlos. 

 

NOVO - O novo formato do PETI vem com outra metodologia de trabalho, deixando de ser inicialmente um programa de atendimento e passando a atuar na mobilização e conscientização da sociedade, com foco na mudança cultural que ainda encara o trabalho infantil como algo normal. O novo programa também vai atuar na identificação, acompanhamento e monitoramento de casos de crianças em situação de exploração do trabalho.

Antes disso as ações do PETI se resumiam às oficinas, aulas de reforço escolar e outras atividades que passam a ser realizadas pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV, considerado mais abrangente e que trabalha com a prevenção de situações de vulnerabilidade.