A Barragem de Fátima, no município de Picos, foi inaugurada em 2008, em um dia de muita chuva. Ela encheu de água e encheu também de esperança os moradores da região, que viram na obra um futuro melhor para quem vive na seca. Um ano depois, o cenário volta a amargar a difícil realidade: a barragem secou e opera hoje com apenas 2% do volume de água, tornando-se insuficiente para abastecer a região.
Este foi o tema da terceira reportagem da série "Água: Um grande desafio", apresentada no Jornal do Piauí desta quarta-feira (4). O agricultor Pedro Santos conta como foi o dia da inaguração da Barragem de Fátima, em 2008. "Choveu por mais de uma hora, de 7h da noite até depois das 8h. A mata foi coberta pela água. Ficamos animados. Onze meses depois, a água estava só a lama, tudo havia secado", lamenta o morador. A região agora é abastecida apenas por dois poços.
O município vizinho, São Julião (390 km de Teresina), possui o maior dos reservatórios artificiais do Piauí - a Barragem de Piaus, com capacidade para 105 milhões de metros cúbicos de água. Com a estiagem, ela opera apenas com 8 milhões de metros cúbicos - menos de 10% da capacidade total. O reservatório abastece cinco cidades da região, o que corresponde a 50 mil habitantes.
A repórter Karina Matos, que conduz a série especial, mostra a exuberância do paredão de cimento construído para escoar a água que transborda. O triste cenário mostra o local completamente seco. Para encontrar água é preciso andar muito mais. O recurso só é encontrado quilômetros a frente do paredão.
Jordana Cury
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