O Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Secretaria de Justiça do Piauí (Sinpoljuspi) denunciou que a Casa de Custódia está praticamente sem comida. Na manhã de segunda-feira (15), havia apenas um frango abatido para os quase 900 presos detidos na unidade. Agentes penitenciários temem revolta e rebelião. A Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos nega o problema.
"Há apenas uma galinha para 900 presos. A alimentação dava só para segunda-feira - e com muita dificuldade. Para terça-feira não dá mais. Os grãos talvez ainda sejam suficientes para até o fim de semana", disse o diretor administrativo do Sinpoljuspi, Cleiton Holanda.
Os problemas com a falta de alimentação na Casa de Custódia tiveram início há três meses, segundo Cleiton Holanda. "Na segunda-feira a situação chegou no limite. Era para ter chegado na quinta-feira passada, mas não chegou porque os fornecedores não receberam pagamento, nem receberam algum sinal de que seriam pagos", complementou o sindicalista.
De acordo com Cleiton Holanda, a falta de comida não afeta diretamente os agentes penitenciários, que recebem vale-alimentação. "O receio é quanto ao comportamento dos presos. A falta de comida já é motivo suficiente para desencadear uma rebelião na Casa de Custódia", assinala.
Secretaria de Justiça nega problema
O secretário estadual de Justiça, Wellington Rodrigues, negou que a Casa de Custódia estivesse sem comida. Segundo ele, o problema foi resolvido ainda na segunda-feira. O gestor explicou o mal-entendido.
"Se não tivesse comida, os presos já teriam derrubado a Casa de Custódia. O que acontece é que alimentos como arroz, café, açúcar e farinha são estocados mensalmente. Como a Casa de Custódia não possui câmara frigorífica, as carnes chegam à unidade duas vezes por semana. Por isso não havia frango nos freezers na segunda-feira. Mas o problema já foi resolvido", garantiu o secretário.
Wellington Rodrigues também negou que os fornecedores estejam enfrentando problemas para receber seus respectivos pagamentos. "Os fornecedores estão sendo pagos. Havia um débito referente a novembro, mas ele já foi negociado com o secretário de Administração".
Flávio Meireles
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