Cidadeverde.com

Superlotado,Aerolino nega tratamento a paciente e diretora pode ser presa

Imprimir

Superlotado, o Hospital Areolino de Abreu, no bairro Primavera, deixou de fazer a internação de um preso na manhã desta quinta-feira (30). O juiz Leon Eduardo Rodrigues Sousa, da 2ª Vara de Execuções Penais, determinou o tratamento, mas foi negado devido a falta de vagas.

Fotos: Yala Sena

Por volta das 9h30, o oficial de justiça foi entregar a decisão judicial. Logo em seguida, os agentes levaram o detento da Major César. O preso foi atendido pelo médico de plantão, Marcelo Amorim, mas não pode ser internado.

O Areolino de Abreu, único hospital psiquiátrico público do Piauí, tem capacidade para atender 40 pacientes. Atualmente o limite se excedeu em 24 pacientes. 

Circulou informações de que o oficial deu ordem de prisão para o médico de plantão, mas a direção do Areolino não confirmou. 

A diretora do hospital psiquiátrico Areolino de Abreu, Maria das Graças Ernesto Martins, disse que pode ser presa por ter descumprido decisão judicial para a internação do paciente. O problema é que a unidade de saúde conta hoje com 24 pacientes além do possível. 

Por telefone, Maria das Graças participou do Jornal do Piauí e confirmou que foi autuada pelo oficial de Justiça que foi ao hospital. A decisão judicial que trazia o pedido de internação também determinava que a diretora fosse enquadrada em crime de desobediência caso não garantisse a internação.

"Nós estamos com o hospital Areolino de Abreu com 24 pacientes acima do nosso teto de internação, e a Justiça sistemáticamente tem mandado pacientes do sistema prisional", disse a diretora, confirmando que teve de recusar a internação do novo paciente por falta de vagas. 

A diretora teme ser presa a qualquer momento e discorda da medida judicial. "A gente trabalha todos os dias com todo zelo, todo cuidado. Não devia ser presa por uma coisa que não depende de você", acrescentou. 

Maria das Graças acrescentou que os pacientes precisam ser avaliados antes da internação.

A diretora já recebeu apoio do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi) e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi). Maria das Graças seguiu a orientação do procurador-geral do órgão estadual, fornecendo todos os documentos que comprovariam a superlotação do hospital. 

 

Fábio Lima e Yala Sena

[email protected]
 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais