O Tribunal de Contas da União (TCU) isentou a presidente Dilma Rousseff (PT) e responsabilizou os integrantes da antiga diretoria da Petrobras pelo bilionário prejuízo na compra da refinaria americana de Pasadena. Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões até que era presidido na época pela presidente.
O ex-presidente Sérgio Gabrielli e os ex-diretores Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, além de outros oito funcionários da estatal, terão os bens bloqueados e deverão devolver R$ 1,6 bilhão aos cofres públicos. O TCU atribui aos 11 executivos a responsabilidade pelo prejuízo na compra da refinaria de Pasadena, na Califórnia, nos EUA.
Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade da refinaria.O valor corresponde a oito vezes mais do que a antiga proprietária pagou por toda a empresa um ano antes.
Em 2012, a Petrobras foi obrigada a comprar a outra metade, obrigatoriedade prevista no contrato. O negócio foi aprovado pelo conselho de administração, que era presidido na época pela presidente Dilma Rousseff.
O relatório de quase 300 páginas foi aprovado por unanimidade pelos ministros do tribunal, e isenta de culpa os conselheiros da Petrobras, que autorizaram a compra. Entre eles, a presidente Dilma, que na época presidia o conselho.
O relatório do TCU não é definitivo. O tribunal vai ouvir os depoimentos dos 11 condenados, que vão poder se defender em processos individuais, os valores apresentados pelo TCU também poderão ser revistos. E o caso ainda pode parar na Justiça comum.
O advogado de Nestor Cerveró pediu a suspeição do ministro do TCU, José Jorge, porque o ministro já integrou o conselho da Petrobras. Sérgio Gabrielli e Paulo Roberto Costa não quiseram se manifestar.
E o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, arquivou a representação de partidos de oposição contra a presidente Dilma e o conselho de administração da Petrobras, pelas supostas irregularidades na compra da refinaria. Segundo Janot, não é possível responsabilizar o conselho administrativo.
Fonte: G1