Pesquisa realizada pelo DataSenado demonstra que a sociedade avalia de forma positiva a realização da Reforma Política em curso no Congresso Nacional. Somente 11% dos entrevistados afirmaram seu desinteresse pelo tema. Para 89% dos restantes, a política é alvo de atenção e interesse em alguma medida.

O estudo foi realizado entre os dias 21 e 29 de março, em todas as capitais brasileiras, com pessoas acima de 16 anos. No total, foram entrevistadas 797 pessoas, por telefone. A margem de erro da pesquisa é 3% e o intervalo de confiança é de 90%.

Para 83% dos entrevistados, a melhor forma de eleger um deputado ou vereador é a quantidade de votos recebidos pelo próprio candidato. E 55% avaliaram que as vagas nas câmaras e assembléias devem ser preenchidas pelos candidatos mais votados independente de seu partido político. Ainda sobre o mesmo tema, os entrevistados apontaram que deveriam ser eleitos os candidatos que obtiveram maior votação em cada pequena região do estado, 64%, reafirmando o desejo de maior proximidade da população com os candidatos a cargos públicos.

Em relação à obrigatoriedade do voto, a pesquisa demonstrou que a sociedade apóia o voto facultativo (65%), sem que isso implique ausência nas urnas durante os pleitos: 81% dos entrevistados afirmaram ter a intenção em participar das eleições mesmo que o voto não seja obrigatório.

A maioria dos entrevistados (58%) concorda com a atual duração dos mandatos e o direito a uma reeleição, para os ocupantes de cargos de governo (prefeitos, governadores e presidente da República), ao mesmo tempo em que rejeita candidaturas avulsas (55%), sem vínculo partidário, ainda que por pequena margem.

O cidadão  também quer uma filiação partidária dos candidatos de no mínimo um ano: para 40%, um ano, como é hoje, seria o ideal; para 50%, seria um prazo muito curto. Já o vínculo do candidato com sua região eleitoral, apresentada como "cidade" na consulta, deveria ser ainda maior: 58% dos entrevistados entendem que um ano de registro do título de eleitor na cidade é "muito curto", ao passo que 36% o consideram "ideal". A questão das coligações para a eleição de vereadores e deputados, por outro lado, teve uma rejeição (53%) que virtualmente pode ser interpretada como um empate técnico com as opiniões favoráveis (46%) dos entrevistados.

Para 48% dos cidadãos ouvidos pela pesquisa do DataSenado, o melhor seria que as campanhas eleitorais fossem financiadas apenas com dinheiro privado. Na questão da suplência dos senadores, 71% dos cidadãos apóiam a redução de dois para apenas um suplente. E o mesmo percentual defende a tese de que o suplente somente deve assumir a vaga de titular em caráter provisório.