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“Tenho o espírito da superação”, diz Astrid Fontenelle

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“Ele acha isso um grande sorvete. Eu virava as costas e ele estava lá, comendo neve”, brinca Astrid Fontenelle, de 53 anos, sobre o filho, Gabriel, de 6, com quem viajou ao Valle Nevado Ski Resort, no Chile, a convite do Inverno QUEM. Ele acordou bem cedo para aprender a esquiar no Jardim da Neve, onde existe uma escola dedicada a crianças, além do Magic Carpet, uma esteira rolante que facilita as subidas. “Às 5h30, ele já queria a neve.” Mas não foi apenas a Gabriel que a viagem fez bem: a apresentadora precisava espairecer. No fim de junho, ela passou por um susto ao sofrer uma tentativa de assalto, em São Paulo, em que um suspeito disparou sete tiros contra o seu carro blindado. “A vida segue e cada vez mais comprovo que tenho o espírito da superação. Sou programada com o chip da felicidade.”

Fotos: Marcos Rosa/Editora Globo


Astrid Fontenelle e Gabriel se divertem antes de aproveitarem a neve

Você viaja muito com o Gabriel?

Gosto de viajar e carregá-lo. A primeira viagem que  ele fez foi quando tinha 6 meses, a Portugal. Queria ir a Fátima agradecer à Nossa Senhora. Não era uma promessa, mas eu falava: “Minha Nossa Snhora de Fátima e Nossa Senhora de Aparecida, se tudo der certo com esse projeto Gabriel, vou aí apresentá-lo a vocês”. Mas nós fomos a muitos lugares. Viajamos muito pelo Brasil. Gosto de mostrar o nosso país a ele. Já fomos para a Disney também e a próxima atração é Nova York.

 

Seu marido, Fausto Franco, atualmente passa um tempo em Nova York para estudar. Como lidam com a distância?
Em uma brincadeira, ele disse que era um bom momento para fazer um
ano sabático. Eu o incentivei. Falei: “Lógico, vai em frente. É o seu sonho”. O Fausto sempre quis morar um pouco fora. Então, alugou um estúdio e vamos passar uns dias lá.

Astrid Fontenelle e Gabriel curtem a neve
 

E com o Fausto lá, você não fica com ciúmes?
Não. Não vou falar que é questão de maturidade, porque tem gente da minha idade que é louca de ciúmes. Às vezes, tenho mais ciúmes dos amigos do que dele. Ele é um garoto maravilhoso, focado e não está lá de brincadeira. É um investimento e o sonho da vida dele.

 

Por que não gosta de usar a palavra adotado, quando fala do Gabriel?
Ele é meu filho. Não existe diferença entre o Gabriel e outras crianças. Não gosto porque coloca um estigma na criança. Ele sabe que é adotado e sabe que é meu filho do coração. Ele tem uma psicóloga que me diz que ele é muito bem resolvido quanto a isso

 

Pretende adotar outro?
Eu falava em adotar antes, mas depois do lúpus (em janeiro de 2012 a apresentadora contou que foi diagnosticada com a doença autoimune em que o corpo produz anticorpos contra as células do próprio organismo) você repensa algumas coisas. Hoje estou ótima e estabilizada. Mas fica essa marca de que tenho uma doença crônica.

E como você lida com isso? Tem algum medo?
Não tenho mais. Foquei muito no tratamento para estabilizar o mais rápido possível. Tomo meus remédios e qualquer coisinha ligo para o médico.  Sou tão disciplinada no tratamento e no uso dos medicamentos que estou ótima.


E sobre o preconceito, como isso é trabalhado com o Gabriel?
Já sei que isso vai acontecer. Por isso, ele tem uma terapeuta. Quando tinha 4 anos, fizemos um encontro com ela. Teoricamente, aos 6, ele deve elaborar melhor essas questões, como a adoção. Mas ele já elabora algumas coisas com relação à cor. Uma vez, ele chegou e disse que queria ser branco, porque a maioria da sala dele tem essa cor. Tivemos que trabalhar isso. Abri o álbum de figurinhas da Copa do Mundo, mostrei o time da Nigéria para ele e disse: “Imagina. Você é tão lindo. As pessoas não falam toda hora que você é lindo? É lindo porque é engraçado, feliz e  também por causa da cor, do seu cabelo”.  Expliquei que algumas pessoas pegam sol para ficar com a cor igual a dele. Só que elas também não vão conseguir. É a questão da raça. Agora ele quer ir conhecer a África (risos).

Sei que não é um assunto muito confortável para você, mas sobre a tentativa de assalto...
A única coisa que eu queria era esquecer. Passei por uma doença crônica, fiquei à beira de um estado muito difícil com relação a isso. Tive que começar a tomar antidepressivo porque não quero descontrolar a minha doença. Mas aí vem um negócio desse, totalmente imprevisível e de uma brutalidade tamanha. Já havia sido assaltada, mas o cara disparou sete tiros no vidro do meu carro. A melhor coisa que podia ter acontecido na minha vida foi ter vindo para cá. Porque saí daquela cena, daquele bairro (Vila Andrade).

 

Você tem raiva?
Não tenho raiva, tenho pena. Garoto jovem, aparentemente. Tenho pena dessa gente, mas a vida segue. Cada vez mais, comprovo que eu tenho o espírito da superação. Sou programada com o chip da felicidade.


Fonte: Quem

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