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Teresina terá Centro de Referência da Mulher em Situação de Violência

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Teresina terá um Centro de Referência da Mulher em Situação de Violência, o Esperança Garcia. Localizado na Rua São Pedro, 1775, centro, o espaço será voltado para o atendimento de mulheres em situação de violência doméstica e familiar e outras do gênero, contribuindo para garantir a defesa dos direitos femininos, com um atendimento articulado com os demais serviços da Rede de Enfrentamento a Violência contra a mulher.

O Centro- que está vinculado a Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (CMPM) em parceria com a Ação Social Arquidiocesana (ASA)- será inaugurado pelo prefeito Firmino Firmino ao meio-dia, desta terça-feira (31).

Pesquisa realizada pela Corregedoria Geral de Justiça do Poder Judiciário do Estado do Piauí em 2012, apontou que o perfil da maioria das vítimas de violência encontra-se na faixa etária economicamente produtiva, entre 20 a 39 anos, sendo a maioria solteira (41%), com ocupações não remuneradas (do lar ou estudantes), ou com profissões/ocupações precarizadas (doméstica, auxiliar de serviços gerais, vendedora, aposentada).

O Centro de Referência da Mulher em Situação de Violência deverá atuar também na redução dos índices de violência, e outros indicadores sociais no município.
 
Quem foi Esperança Garcia        
                    
 
Esperança Garcia viveu na região de Oeiras na fazenda de Algodões, situada a cerca de 300 km de Teresina, que juntamente a outras dezenas de estâncias pertenciam à inspeção de Nazaré, onde é hoje o município de Nazaré do Piauí. Sua coragem se expressa através de uma carta escrita por ela e encaminhada ao Governador do Piauí, Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, denunciando os maus tratos de que era vítima, juntamente com seus filhos e companheiras. De acordo com alguns pesquisadores, Esperança Garcia aprendeu a ler e a escrever com os padres jesuítas ou com pessoas ligadas a eles.
 
A carta caracterizou-se como um marco de resistência negra, pela sua coragem e ousadia em denunciar os maus tratos sofridos, mesmo sendo escrava, em uma sociedade que, à época, era formada em sua maioria por analfabetos. Esse documento serviu de inspiração para diversas manifestações contemporâneas como o grupo de mulheres que trabalham pela cidadania da mulher negra piauiense, e recebe o nome de Esperança Garcia assim como a maternidade de Nazaré do Piauí. Em 06 de setembro, data em que a carta foi escrita, é comemorado o dia estadual da consciência negra no Piauí, através de um projeto de lei do então Deputado Estadual Olavo Rebelo em 1998.

 

Da Redação
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