Cidadeverde.com

Vereadores instalam comissão para apurar desvio de dinheiro público

Imprimir

Vereadores do município de Curimatá instalaram uma Comissão Processante para apurar desvio de dinheiro público pela administração do prefeito Reidan Kleber. Segundo o presidente da Câmara, Gabno Nunes, um funcionário público teria oferecido a denúncia, que foi aceita por sete dos nove vereadores. 

"No mês de novembro, um funcionário público solicitou um balancete dos gastos da prefeitura, como todo cidadão tem direito. Então constatou as irregularidades, fez cópias do requerimento e entregou na Câmara. A denúncia está toda embasada e documentada", disse Gabno Nunes. 

A Comissão Processante é composta pelos Adonaldo Rodrigues Bastos (presidente), Raimundo Nonato Pereira (relator) e Josemar Araujo de Oliveira (membro).

Entre as supostas irregularidades a serem apuradas, estão os gastos com uma vaquejada, que não chegou a ser realizada, após intervenção judicial. O juiz Edilson Chaves de Freitas embargou a realização do evento, que deveria ter ocorrido em junho, porque não foi explicado a origem do dinheiro que seria utilizado para patrocinar a atividade, bem como o atraso nos pagamentos dos servidores da Educação. 

"Só para o aluguel de gado houve gastos de R$ 45 mil e a estimativa é que o valor total seja de R$ 80 mil em um evento que não chegou a ser realizado. Além destes gastos, existem mais R$ 600 mil para a locação de veículos e limpeza pública por empresas de Avelino Lopes que só prestam serviço no papel", disse o presidente da Câmara. 

De acordo com Gabno Nunes, o prefeito foi notificado na última sexta-feira (28) e terá que apresentar defesa em 10 dias. 

"Se comprovado as denúncias, pediremos o afastamento imediato do prefeito. Entraremos um pedido de cassação", finaliza Nunes.

 

Prefeito defende que não há irregularidades

Em entrevista ao Cidadeverde.com, o prefeito Reidan Kleber disse que está tranquilo e caracterizou a denúncia como um ato legítimo, porém de cunho político.

"O procediemento é legítimo. A Câmara está para fiscalizar as contas municipais, mas acredito que tudo seja uma questão política e iremos provar isso no decorrer do processo. Vamos provar que não há irregularidades", disse o gestor. 

Reidan Kleber apontou irregularidades na Comissão Processante e contestou a maneira como foi notificado, via Sedex.  

"A lei é muito clara. Após receber a denúncia, o presidente da comissão tem cinco dias para notificar o denunciado e isso não ocorreu. Fui intimado por edital, mesmo estando na cidade o que caracteriza que o processo foi irregular", argumenta.

Sobre os gastos com a vaquejada, o prefeito de Curimatá explica que parte do dinheiro está sendo ressarcido, gradativamente, aos cofres públicos. 

"O dinheiro foi gasto com a contratação de atrações musicais, mesmo o evento não tendo ocorrido, pois sabemos que a banda só fecha contrato mediante pagamento. De toda forma, parte dos recursos foram ressarcidos com shows no aniversário da cidade, quando foram gastos apenas R$ 10 mil com estadia, deslocamento dos músicos e estrutura de palco", explica.

Sobre a locação de veículos, o prefeito sustenta que a empresa presta serviços para o município e que terceiriza o aluguel de veículos, apenas para frete. 

"O aluguel de carros é diferente do frete que não é permanente e acontece somente em caso de urgência, como quando tivemos que terceirizar um veículo para transportar um paciente para Teresina, pois não tinha ambulância", finaliza Reidan Kleber.


Graciane Sousa
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais