Cidadeverde.com

Viaduto de BH que caiu e deixou dois mortos é implodido

Imprimir

Três segundos foi o tempo que levou para a alça norte do Viaduto Guararapes, no bairro Itapoã, Região Norte de Belo Horizonte, ir ao chão com a implosão neste domingo (14). A estrutura foi demolida após a alça sul do elevado ter desabado, no dia 3 de julho, matando duas pessoas e ferindo outras 23.

De acordo com a construtora Cowan, responsável pela operação, foram utilizados 125 kg de dinamite, distribuídos pelos três pilares de sustentação. Toda a estrutura foi envolvida por uma espécie de rede de proteção, para evitar que destroços fossem projetados no entorno. As tubulações de água e gás também foram protegidas por uma camada de areia.

Moradores da região se emocionaram bastante. Eles disseram ter sentido uma mistura de alívio e de preocupação com os imóveis. Muitos choraram na hora da explosão. Duas moradoras, um delas idosa, se sentiram mal e foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros.

Responsável pela operação, o engenheiro Fábio Bruno afirmou que a vibração no local ficou abaixo do previsto. "Fizemos um estudo a 15 metros de distância, com 17 milímetros por segundo. Em alguns pontos, chegou a 10 milímetros por segundo", explicou. Segundo ele, a empresa avalia possíveis danos a tubulações de gás, energia e fibra ótica na região, mas, aparentemente, apenas algumas janelas se quebraram devido ao deslocamento de ar.

"Esse é o primeiro passo do alívio", comemorou Ana Cristina Drumond, presidente da Associação de Moradores e Lojistas da região. "Não teve como não chorar. A gente está há 68 dias convivendo com medo, falta de transparência, falta de respeito ao morador, trânsito ainda mais caótico e a falta de segurança", desabafou.

Segundo ela, a associação rejeita a construção de um novo viaduto no local. "Isso seria desrespeitar demais aquelas pessoas", concluiu Ana Cristina.

Após a implosão

Moradores choraram no momento da implosão do viaduto (Foto: Raquel Freitas/G1)


A empresa Cowan, responsável pela construção e demolição do viaduto, começou a limpar os escombros logo após a queda da estrutura. Máquinas estão na Avenida Pedro I, acelerando o trabalho de liberação da via, que deve ser concluído até o domingo que vem. A avenida está interditada desde o dia 3 de julho, quando a alça sul desabou.

O coronel Alexandre Lucas, da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, confirmou que janelas dos prédios Antares e Savana, vizinhos ao viaduto, quebraram com a implosão. Apesar disso, nenhum outro dano aparente foi relatado, segundo ele. A Cowan informou que funcionários já estão à disposição para iniciar a troca das janelas quebradas.

A moradora do edifício Antares Marisa Almeida, 47 anos, disse que uma janela de seu apartamento se quebrou. Ela contou que "não teve nem tempo" de chorar, pois precisou ajudar algumas vizinhas que não se sentiram bem. Sobre a demolição, ela se disse aliviada. "É um novo começo para nós. Esperamos mais respeito", afirmou.

 

Fonte: G1

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais