Uma das grandes curiosidades da humanidade é entender um pouco mais sobre a origem da própria espécie humana. Inicialmente, antes do desenvolvimento da ciência, sempre fomos tratados como uma espécie “especial”, inclusive na perspectiva de sermos superiores aos demais organismos vivos. Talvez tudo porque nas escrituras sagradas avisa-se que somos feitos “à imagem e semelhança do Criador”.
De sorte que, com o desenvolvimento da ciência e o desenrolar da Evolução, vamos compreendendo que não somos a única “experiência” do Criador que lembra sua imagem. De acordo com o pesquisador brasileiro Walter Neves, um dos maiores estudiosos de hominíneos [animais parecidos com humanos que viveram no passado], há pouco mais de 50 mil anos éramos pelo menos seis espécies de “humanos” vivendo em regiões distintas do Planeta. Assista Walter Neves, o pesquisador responsável pela descoberta de Luzia, o mais antigo fóssil da espécie humana encontrado no Brasil, em Lagoa Santa, no interior de Minas Gerais, falando no USP talks:
Além de nós, Homo sapiens sapiens (sabido sabido), descendentes do Homem de Cro-Magnon, que viemos da África para dominar o planeta, existiram remanescentes do Homo erectus na Ilha de Java, na Indonésia, Homo sapiens neanderthalensis ou o Homem de Neanderthal, que habitou a Europa e boa parte do Oriente Médio, uma espécie muito parecida com o Neanderthal que foi encontrada em uma Caverna na Sibéria, Rússia, chamado de Homem de Denisova (que nem foi denominado cientificamente ainda, por mera falta de achados paleontológicos), e mais o Homo floresiensis, encontrado na Ilha de Flores na Indonésia e a mais recente descoberta, o Homo luzonensis, descoberto na Caverna de Callao, Ilha de Luzón nas Filipinas.
A pesquisa em busca de mais informações sobre nossas origens continua. No último exemplar publicado da Revista Science Advances, foi divulgado estudo de pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, que compararam sequências de DNA nuclear de fósseis de dois Neanderthais encontrados em locais diferentes: um na Caverna de Hohlenstein-Stadel na Alemanha e outro na Caverna de Scladina, na Bélgica. Estes dois fósseis já tinham sido comparados, mas utilizando DNA mitocondrial (DNAmt). Este estudo mais recente, jogou luz a respeito da origem mais próxima destes dois Neandethais, apontando para uma ancestralidade comum próxima entre eles. Se quiser ler o artigo completo, clique aqui.
Este tema vinculado à Evolução Humana já foi tratado algumas vezes aqui no Ciência Viva. Desde 2013 trabalho com o ensino de Evolução, o que me conduz a leituras frequentes sobre o tema. Reveja alguns posts aqui e aqui
Boa semana e até nosso próximo encontro...