O Governo do Estado está comemorando o aumento na arrecadação tributária neste primeiro trimestre do ano. De janeiro a março, a Secretaria da Fazenda contabilizou uma arrecadação de R$ 904 milhões. Um esforço louvável, ainda mais se levarmos em conta que os repasses federais já não estão mais chegando na mesma proporção. A queda na transferência de recursos do FPE compromete o frágil orçamento do Piauí e o secretário de Fazenda, Rafael Fonteles, tem se esforçado como pode para fazer crescer a nossa receita, aumentando a base de arrecadação e combatendo a sonegação.
Mas todo o esforço do Secretário será em vão se, na mesma medida em que aumentar a receita, não houver uma redução das despesas. Os gastos públicos costumam correr frouxo no Piauí, como de resto, no Brasil. E essa é uma das mazelas que comprometem a nossa situação econômica. O Brasil possui hoje uma das maiores cargas tributárias do mundo, o que sufoca o setor produtivo por asfixia, e inviabiliza muitos empreendimentos logo nos primeiros anos de vida.
O tamanho da máquina pública é enorme, bem acima do necessário. E quanto maior, mais ineficiente se torna. São muitos os órgãos públicos criados, com suas consequentes despesas de estrutura, gabinete, pessoal e tudo o mais que cerca uma secretaria ou ministério. Às vezes, as funções de um órgão até se chocam com a de outro já existente, sem que a população saiba para que serve um ou outro. Quase sempre para acomodar partidos ou pessoas.
O desperdício do dinheiro público é uma das piores chagas do Estado Brasileiro. Ele escorre por ralos que passam despercebidos pela maioria da população que sustenta essa grande máquina chamada Brasil. Como esse custo começou a pesar além da conta nas costas do trabalhador brasileiro, ele também começa a ficar de olho no destino final do dinheiro que é pago sob a forma dos muitos e variados impostos. Cada cidadão precisa ficar atento, e cobrar de forma efetiva, que o dinheiro público seja aplicado muito mais nas áreas fins, promovendo o bem estar da população por meio de obras e ações nas áreas da saúde, educação, segurança, saneamento e mobilidade urbana, e muito menos na área meio. Afinal, o Estado não vive para sustentar a si mesmo, mas para proporcionar qualidade de vida aos seus cidadãos.