O Brasil mantém o seu clima político em alta temperatura desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016.
A temperatura aumentou durante a campanha eleitoral do ano passado e tende a subir mais ainda a partir de agora, com a soltura do ex-presidente Lula, que estava preso em Curitiba desde abril de 2018, depois de condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
Lula foi o primeiro preso a ganhar a liberdade depois que o Supremo derrubou a prisão em segunda instância e decidiu, na semana passada, que os condenados em processo penal só podem ir para a cadeia depois de esgotados todos os processos
O ex-presidente saiu da cadeia atirando. Em discurso na cidade de São Bernardo do Campo (SP), já no sábado, ele atacou o presidente Jair Bolsonaro (PSL), associando-o a milicianos; o ministro da Justiça, Sergio Moro, a quem chamou de canalha, e o procurador federal Deltan Dallagnol, acusando-o de montar uma quadrilha na Lava Jato para roubar a Petrobras.
Bolsonaro não levou o desaforo para casa. Em rede social, ele afirmou que o ex-presidente está solto, mas continua com todos os crimes nas costas.
O presidente afirmou que não responderá a "criminosos que por ora estão soltos".
Bala trocada
Estas escamamuças prometem se tornar corriqueiras daqui para frente. A Bolsonaro interessa que se cristalize a onda anti PT-Lula que o levou a poder. A Lula interessa a onda ao contrário, para derrotar Bolsonaro em 2022, com o PT capitaneando a campanha.
Na cabeça desses dois líderes, o Brasil estará de bom tamanho se chegar à sucessão presidencial como está, ou seja, dividido em dois blocos. Um seguindo Bolsonaro e outro, Lula.
Se o país seguir esse roteiro, tudo bem para eles. O povo que pague o preço desse confronto sem trégua, dessa ambição desmesurada pelo poder, com o prolongamento da crise econômica, milhões de trabalhadores sem emprego e os brasileiros dominados pelo espírito da intolerância.
O índio caiu
Na Bolívia, todo dia era dia de índio. A partir de hoje, não é mais.
Com o país em profunda crise, o presidente Evo Morales jogou a toalha e renunciou ao cargo, após pressão das Forças Armadas e protestos intensos nas grandes cidades do país.
O índicio caiu à Jânio Quadros:
- “Forças obscuras destruíram a democracia”.
Voto impresso
Ao analisar a queda do presidente da Bolívia, com denúncias de fraudes nas eleições, Bolsonaro comentou:
- “A lição que fica para nós é a necessidade, em nome da democracia e transparência, contagem de votos que possam ser auditados. O VOTO IMPRESSO é sinal de clareza para o Brasil!”
Lula cá
Tão logo o ex-presidente Lula foi solto, o governador Wellington Dias voou para São Paulo. Foi se juntar a outros líderes do PT e aliados para receber o petista em São Bernardo do Campo. Wellington postou nas redes sociais: “Volto pra casa animado, com a certeza de que a luta continua. Vamos vencer o ódio!”. O governador informou que Lula disse que quer visitar o Piauí e tomar um banho no Delta do Parnaíba.
Foto: Reprodução/Facebook
Governador Wellington Dias com Lula, livre.
* O professor e desportista Celso Carvalho lança hoje, às 18h30, o seu novo livro, “Albertão, um sonho realizado”. Será no próprio estádio.
* O Supremo garantiu a devolução da vida em liberdade também a Roger Abdelmassih e João de Deus.
* Os dois estupradores estarão entre os que se beneficiam do fim da prisão em segunda instância.
* A estas alturas, o ex-coronel Correia Lima deve estar num pé e noutro para finalmente sair da cadeia, na carona da queda da segunda instância.
Velocidade controlada
Em entrevista à Rádio Cidade Verde, o presidente regional do PSDB, ex-deputado Luciano Nunes, um dos pré-candidatos do partido a prefeito de Teresina, é questionado sobre o cenário da sucessão municipal. As siglas de oposição definem seus candidatos, enquanto os tucanos ainda não sabem quem lançar à prefeitura:
Cláudia Brandão: - Por que tanta demora no PSDB para definir o candidato?
Luciano: - Eu pergunto: por que tanta pressa?