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Mães que educam filhos livres de estereótipos


Mães em busca de uma sociedade que respeite as diferenças desde a infância. Na semana que antecede o Dia das Mães, o Cidadeverde.com conversou com mulheres que, no dia a dia da maternidade, decidiram educar os filhos com a liberdade das cores, atividades e objetos apropriados para cada idade independente de gênero e sem sexualizar a infância. 

Elas buscam uma educação livre de estereótipos e o rompimento de uma sociedade que, culturalmente, repassou por gerações que o sexo masculino e feminino está ligado, unicamente, aos gêneros masculino e feminino. E, como consequência dessa criação secular, são atividades e objetos separados para cada um deles: meninos nascem meninos e vivem como meninos – jogando futebol, usando azul e brincando de carrinhos, já as meninas nascem meninas e vivem como meninas brincando de bonecas, casinha e usando rosa. 

Para elas, é preciso dialogar com os filhos para que haja respeito não somente pela própria identidade de gênero e das demais pessoas, mas também para toda e qualquer diferença - seja ela religiosa, étnica, de classe social ou orientação sexual, por exemplo. 

As mães entrevistadas para o Especial Dia das Mães - que durante toda essa semana publicou matérias relacionadas ao tema - acreditam que, com essa maneira de criação, as crianças desde cedo aprenderam a conviver com as diferenças e, por isso, a intolerância não irá aumentar os casos de violência, discriminação e mortes. Para que os filhos não façam parte desse índice de criminalidade. 

Fernanda e Nícolas

Fernanda Costa tem 26 anos e é mãe do Nicolas, de 6 anos. Para ela, as crianças são livres para escolher roupas, atividades e comportamentos que mais lhe despertem afinidade. Fernanda, que é assistente social, após ter contato com inúmeros casos de violência doméstica em que o homem sentiam-se “donos” das mulheres ao ponto de agredi-las, decidiu mudar a criação do filho. 

“Queria que meu filho pensasse diferente, que ele vivenciasse uma vida doméstica em que homens e mulheres dividem as atividades. Ele arruma o próprio quarto, usa a vassoura, brinca de boneca, tem brinquedos e outros utensílios cor de rosa, e não vê problema nisso. Ele sabe que brincar de carro ou de boneca é a mesma coisa, e que todos os brinquedos podem ser usados por todas as crianças. Certamente, isso o fará crescer uma pessoa melhor, por entender que não há papéis sociais predeterminados no gênero e que todas as tarefas podem ser exercidas por homens e mulheres. Meu filho recebe uma educação que respeite todas as formas de ser e estar no mundo”.

Fernanda também destaca que é importante a sociedade deixar de sexualizar a infância. Por exemplo, classificar a sexualidade de uma criança só porque ela usa determinada cor ou brinque com algum objeto considerado socialmente como sendo do sexo biológico oposto. 

“É preciso deixar claro que proporcionar uma educação livre de conceitos de gênero para uma criança em nada tem a ver com determinar a sua orientação sexual, tem a ver com criar seres humanos para uma cultura de paz e respeito entre as pessoas. Se fossemos todos criados em ambientes livres de imposições de gênero, seriamos uma sociedade sem machismo, homofobia e afins”. 

 

Carlienne Carpaso
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