O Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgou relatório com levantamento de mortes de pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), ocorridos durante o ano de 2018. Foram contabilizados 419 assassinatos e suicídios de LGBT que tiveram suas vidas ceifadas por conta da discriminação.
Segundo o relatório, a cada 20 horas, um LGBT morre de forma violenta, vítima de LGBTfobia, o que faz do Brasil o campeão mundial de crimes contra esse segmento populacional. Das 419 vítimas, 191 das vítimas são gays; 164, travestis e transexuais; 52 são lésbicas e 8 bissexuais. O relatório contabiliza ainda 5 heterossexuais, confundidos com homossexuais ou por estarem na cena do crime com as vítimas LGBT.
No Piauí, foram registrados 9 crimes, 6 a mais que em 2017 (3 homicídios). Proporcionalmente, o Estado ocupa a 10ª posição, se considerado o número de vítimas para cada um milhão de habitantes. Em 10 anos, foram registras 69 mortes violentas de LGBT no Piauí.
Os assassinatos se caracterizam por serem praticados com requintes de crueldade, muitos golpes, múltiplos instrumentos, tortura, incêndio do cadáver.
SOBRE O RELATÓRIO:
Desde 1980, o GGB faz o levantamento de mortes violentas contra LGBT. O estudo realizado pela entidade utiliza como base notícias divulgadas por veículos de imprensa e dados enviados por ONGs.
Até 2015 eram computados somente assassinatos. Em 2016, os relatórios passaram a incluir os suicídios. A justificativa para tal inclusão é o fato de estudos científicos apontarem que LGBT , " têm 6 vezes mais chance de tirar a própria vida, em relação a heterossexuais, com risco 20% maior de suicídio quando convivendo em ambientes hostis à sua orientação sexual ou identidade de gênero. Portanto, suicídios de pessoas LGBT, sobretudo jovens, sempre devem ser qualificados como potencializados pelo preconceito e discriminação por sexo e gênero, devendo constar nos relatórios de mortes desse segmento juntamente com os homicídios".