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Boneca "deficiente" causa polêmica

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Uma boneca chamada de “retardada real” está provocando polêmica na cidade de Gothenburg, no oeste da Suécia, desde que foi lançada como parte de uma campanha para chamar a atenção para o tratamento dado a pessoas com deficiência mental.

“Me trate como uma retardada real”, diz a embalagem da boneca, criada pela Cooperativa de Gothenburg para uma Vida Independente (GIL, na sigla em alemão). “Ela não sua, não faz sexo, não bebe ou vai ao banheiro. Muito melhor que um retardado normal”, completa o texto.


De acordo com o grupo, uma organização sem fins lucrativos que presta assistência a pessoas com deficiência para que possam viver de forma independente, a boneca foi criada para estimular as pessoas a pensarem sobre o tratamento dado a estas pessoas no país.

“É muito comum as pessoas dizerem coisas como: ‘Oh, que ótimo que você pode comprar sua própria comida!’ Isso faz você se sentir como um total idiota”, disse o membro da organização Anders Westgerd ao jornal sueco “The Local”.

De acordo com ele, a controversa boneca, que chegou a lojas da cidade na quinta-feira, foi criada para criar um debate sobre a atitude condescendente das pessoas com os deficientes mentais.

“Foram exatamente as pessoas que dizem não ter preconceito que sofreram o maior ataque de pânico ao ver a boneca. São em geral essas pessoas que tratam deficientes com um cuidado exagerado”, disse Westgerd.

De acordo com a cooperativa, a boneca foi pensada com característica de uma pessoa com paralisia cerebral e não para parecer “bonitinha”.

“Nós não somos mais bonitos que ninguém. Nós somos tão estúpidos, espertos, confiáveis, excitantes e felizes quanto você”, diz um comunicado divulgado por Westgerd. “Queremos ser tratados como todo mundo. Se você tem uma enorme necessidade de ser carinhoso com um deficiente, você pode comprar uma das nossas bonecas em vez disso.”

Embora o grupo diga que só quer motivar o debate, muitos moradores de Gothenburg acharam a iniciativa despropositada.

“É feia e assustadora. Nós temos pessoas com deficiência em nossa família e não as tratamos com cuidados excessivos. É simplesmente negativo. As pessoas simplesmente riem e veem a coisa toda como uma piada”, disse o casal Rosanna Muller e David Sokolowski a um jornal local.


Fonte: G1
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