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PI tem o maior índice de presos temporários do Brasil: 67,7%

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O Piauí é o Estado brasileiro com maior percentual de presos provisórios do País. Essa é uma das informações divulgadas na sexta edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira (6) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública - FBSP. No ano anterior, o Estado também liderava o ranking negativo. 


Apenas seis estados possuem mais presos sem julgamento do que julgados. O Piauí contava em 2011 com 67,7%, seguido de Sergipe (65,6%), Amazonas (59,4%), Pernambuco (58,7%), Minas Gerais (56,6%) e Amapá (50,9%). No Paraná está o menor percentual do Brasil: 10,7%. Vizinhos piauienses também apresentam percentuais altos, como o Maranhão (42,3%) e Ceará (43,4%).


A situação dos detentos provisórios no Piauí é apontada como um dos motivos da superlotação do sistema carcerário, que culminaram em duas rebeliões no último outubro em presídios de Teresina e Esperantina. 

Os dados apontam ainda para um crescimento do número de presos provisórios em alguns estados e queda em outros, enquanto a média nacional permaneceu em 36,9% entre 2010 e 2011. No Piauí, a situação até melhorou. O percentual no ano anterior era de 71,7% detentos temporários, também o maior na época. 

Em 2010, os presídios do Piauí contavam com 1.947 detentos provisórios. No ano seguinte, esse número caiu para 1.925. O número de detentos no total subiu de 2.714 para 2.845 no mesmo período, sendo apenas 121 mulheres.
 


Faltam vagas
Outro problema detectado pelo Anuário é o déficit de vagas no sistema prisional. Entre 2010 e 2011, o Piauí ampliou em apenas 50 o número de vagas nos presídios (de 2.105 para 2.155). Existem 1,3 presos por vaga, sendo que o déficit subiu de 609 para 690. Em Alagoas, são 2,6 presos por vaga. 


Penas longas
Maioria dos detentos do Piauí deve passar longo tempo atrás das grades. Mais de 25% estão condenados a mais de 15 anos de pena. Apenas 16,7% cumprirá até quatro anos de prisão. Entre 4 e 8 anos de pena estão 32,9%, a maioria dos presidiários. Já 24,8% devem cumprir entre 8 e 15 anos de pena.

O perfil dos presos é de jovens: 32,7% tem entre 18 e 24 anos e 73% são negros. 

Fábio Lima
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