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Moradores de Guaribas entram em cisternas para recolher resto de água

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Na série "Seca: desafio da sobrevivência" a TV Cidade Verde mostrou o esforço das comunidades para armazenar água. Em Guaribas, município com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, a população chega a comprar por R$ 120 uma quantidade de água que só dura 13 dias.


"O litro de água custa de R$ 20 a R$ 50. Se a gente não compra, morre de sede, porque não tem outro jeito. As cisternas armazenam água das chuvas, mas não está chovendo. O jeito é comprar água", explicou a moradora Fidelcina Pereira.


Mesmo quem tem cisterna em casa e bomba de água está sofrendo com a seca. A dona de casa Eliane Ribeiro Soares mostrou que quando precisa de água, tem que descer, entrar, na cisterna para "raspar" o líquido do fundo. "A gente às vezes tem que comprar uma água que é salgada, mas é o jeito", acrescentou.


A coordenadora da Fetag, Maria Betânia, caracterizou em poucas palavras o período da seca. "Não tem água nos rios, nos lagos, em lugar nenhum. O pouco que tem está no fundo das cisternas". Atualmente, existem cerca de 35 mil cisternas no Piauí.


Até mesmo para a Defesa Civil este é um grande desafio. A água não é suficiente para a quantidade de carros-pipa e a demanda da população também é superior à quantidade de poços existentes. Como nem sempre dá para esperar pelos veículos, algumas pessoas acabam indo buscar o líquido em locais distantes.


A TV Cidade Verde mostrou imagens do trabalho do adolescente Mateus Rocha, que aos 15 anos, sai à procura de água montado em um jumento. "Conto com a ajuda do jumento e de Deus", disse, resignado com a situação.



A continuidade da seca também aumenta a dívida dos agricultores. Quem costumava não precisar comprar alimentos como feijão e farinha, agora não tem outra saída. "Como a gente junta dinheiro se tem que comprar tudo que antes tínhamos na roça?", questionou Fidelcina.



Joelson Giordani e Jota Pereira ( TV Cidade Verde)
Jordana Cury (Cidadeverde.com)
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