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Família se revolta com demora de atendimento do Samu e mulher morre

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A secretária de uma Creche, Ludimar Sousa Brasil Barbosa, 48 anos, faleceu na manhã desta quinta (22), em sua residência. A família e vizinhos se revoltaram por conta da demora do Samu. 

Segundo o marido de Ludimar, o funcionário público Carlos Barbosa, ao tentar acordar a esposa no início da manhã, ele percebeu que ela não respondia e saiu chamando a mãe e os vizinhos. 

"A vizinha chamou o Samu, que demorou, e ainda trataram-na mal, perguntando se ela não estava morta. A minha vizinha respondeu que se a gente soubesse não teria chamado. E demorou", disse o marido.

A revolta de Carlos aumentou quando a ambulância chegou e veio acompanhada de duas viaturas. "A polícia veio com medo de represália. Eles tratam a gente mal e demoram e ainda têm medo da gente. Nós não somos disso", relatou o funcionário público.

Segundo ele, a esposa foi dormir ontem normalmente. Há cinco anos tomava remédio controlado para asma, mas não tinha sentido nenhuma crise. 

Outras reclamações

Uma das vizinhas do casal, Maria dos Remédios da Silva Soares, disse que não chama mais o Samu. "Uma vez minha afilhada precisou para levar a filha e eles não vieram. Teve que ir de taxi. Se não fosse isso, a menina tinha morrido. Outra vez meu pai, de 85 anos, sofreu um AVC. Eu chamei a agente de saúde e ela ligou para o SAMU, conversou com a atendente, depois passou para mim e eu contei para a atendente o que tinha acontecido. Depois ela me passou para a médica e eu tive que contar tudo de novo. Só nisso aí já tinha dado tempo eles chegarem. A médica me disse que era melhor ele ficar em casa, que era coisa da idade e que no hospital não iria ter vaga para ele. Desliguei o telefone na cara dela, chamei um taxi e ele foi atendido e ainda hoje está vivo. Se não fosse isso, tinha morrido", contou a dona de casa.

Ela ainda se revolta. "Se não é para atender a população, para que existe esse Samu?", questiona.

Direção do Samu

A direção do Samu nega todas as acusações. A coordenadora do serviço, a enfermeira Suelma Cardoso, afirmou que os procedimentos foram feitos dentro da normalidade e o quadro relatado já na primeira ligação caracterizava o óbito da paciente. 

“Quem entrou em contato com o Samu não estava vendo a paciente, mas informou que ela já estava há mais de 20 minutos sem respirar e se mexer. Mas, a atendente solicitou que ela voltasse a ligar quando estivesse na presença da paciente, para que o médico regulador pudesse resolver qual tipo de ambulância enviar. Mas, quando retornaram a ligação já estavam muito agitados e nervosos”, explicou a coordenadora. 

Ela disse que as perguntas são necessárias para qual tipo de suporte enviar e como ajudar para que os familiares possam fazer os primeiros socorros até que a ambulância chegue. “O diálogo representa um tempo valioso, para saber qual a melhor ambulância enviar se a básica resolve ou tem que enviar a avançada. Isso é feito com base em estatísticas do Ministério da Saúde e salva vidas”, argumenta a enfermeira. 


Flash de Caroline Oliveira
Redação Leilane Nunes
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