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Semar admite: esgoto precisa ser tratado; Ambientalista cobra ações

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O secretário de Meio Ambiente do Piauí, Dalton Macambira, admitiu que é necessário ampliar a rede de tratamento de esgoto em Teresina para amenizar a situação do rio Poti. Ele ainda criticou a tradição da sociedade local de "jogar lixo nas sarjetas" e disse que retirar os aguapés não é um trabalho eficaz. O ambientalista Cleonilson Costa discordou da afirmação e cobrou ações para despoluir o rio.

Fotos: Evelin Santos/ Cidadeverde.com

"O problema deste ano é mais grave por conta da seca. O governo do Estado vai levar a rede de coleta e tratamento para 55% da cidade, o que vai amenizar a situação dos rios. Mas, em Teresina há uma tradição, uma cultura maléfica, que mesmo onde tem esgoto tratado a maioria não faz a ligação com a rede para não ter que fazer a obra e continua lançando lixo nas sarjetas. Quem não tem esgoto tratado tem fossa, mas também não faz a limpeza e lançam esgoto nas galerias fluviais", argumentou o gestor da Semar. 

Manoel Borges

De acordo com o superintendente do Ibama, Manoel Borges, o governo federal também está investindo nas estações de tratamento, porém, atualmente, apenas 17% de Teresina é coberta pelas redes de esgotamento e a meta era chegar a 2014 com 54% de cobertura. "A essa altura já era para estarmos com 35% de cobertura. Estamos iniciando um trabalho de vistoria para apresentar o perfil atualizado. Temos que reforçar a Agespisa, que é responsável pelo esgotamento e este trabalho de gestão tem que ser feito por todos", opinou.

Cleonilson Costa

O ambientalista Cleonilson Costa acredita que as medidas não sejam suficientes para solucionar o problema e defende a retirada dos aguapés. "Fiz um trabalho há cinco anos sobre os aguapés e constatei que da Curva São Paulo até o bairro Poti Velho existem 22 lixões. Fiz esse levantamento atualmente e constatei que esses lixões ainda continuam, não foi feito nenhum trabalho de remoção ou tratamento. Também sabemos que os aguapés apodrecem todos os dias para renovar sua sobrevivência. Então, se houvessem retirado na época, como sustento que era necessário, hoje não estaria assim", disse.

Dalton Macambira

Dalton Macambira e Manoel Borges descartaram a possibilidade. "Tentamos fazer isso, mas os especialistas da Universidade Federal do Piauí disseram que seria inútil, um trabalho de enxugar gelo. Além disso, o Ministério Público do Trabalho entrou com ação porque os trabalhadores têm que ter todo um equipamento e o custo não compensaria", alegou o secretário. "Acompanhamos a retirada dos aguapés e chegamos a conclusão que não é eficiente. Teria que tirar 100 carradas por dia para limpar poucos metros do rio. Além disso, é perigoso para quem está trabalhando", completou o superintendente do Ibama.


As declarações foram dadas durante debate no Jornal do Piauí desta segunda-feira (14). Representantes da Agespisa e da Prefeitura foram convidados, mas não compareceram à entrevista.


Jordana Cury
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