O Corinthians teme uma enxurrada de liminares para o próximo jogo em casa na Libertadores, dia 13, contra o Tijuana, após quatro torcedores terem obtido o direito de ir ao Pacaembu assistir a partida contra o Millonarios, apesar da punição da Conmebol.

Por isso, o clube pediu urgência na defesa enviada na quinta-feira à entidade, e exigiu que um julgamento seja marcado antes do próximo jogo no Pacaembu.

Para a partida contra o Tijuana, cerca de 27.500 ingressos já haviam sido vendidos antes da decisão da Conmebol de vetar a presença de torcida nos jogos do Corinthians na Libertadores.

Seis torcedores obtiveram na Justiça o direito de ir ao Pacaembu na última quarta-feira, mas só quatro deles foram ao estádio, a contragosto do clube, que, temendo nova punição, tentou convencê-los a não ir ao jogo.

A atitude desse grupo de torcedores fez com que uma ONG entrasse com uma ação coletiva pedindo que todos os torcedores que têm ingressos possam assistir aos jogos do time na Libertadores, dentro e fora de casa.

A ação coletiva foi protocolada na 101.ª Vara do Cível no Fórum João Mendes. A ONG SOS Consumidor aguarda o despacho do juiz Christopher Alexander Roisin. Por ser uma ação coletiva, o Ministério Público também dará seu parecer ao caso. Segundo a presidente da ONG, Marli Aparecida Sampaio, a decisão deve sair na próxima semana.

"Entramos com a ação por entender que os direitos dos consumidores foram lesados com a punição da Conmebol", disse Marli. "Nos inspiramos nesses torcedores que conseguiram a liminar e pedimos o princípio de isonomia, porque outros (torcedores) ficaram frutados de não terem ido ao jogo."

A ação da ONG pediu na ação que o juiz do caso proíba a Conmebol de aplicar qualquer pena ao Corinthians, porque o clube não é parte da ação.

A diretoria jurídica do Corinthians tem conhecimento desta nova ação que visa permitir a entrada de torcedores no Pacaembu à despeito da decisão da Conmebol. E acredita que outros torcedores possam entrar com ações individuais para assistir aos jogos do clube na Libertadores por meio de uma liminar.

O clube, no entanto, é contrário a essa ideia, seja ela coletiva ou individual. "A diretoria do Corinthians pede para que os torcedores não tomem medidas semelhantes. Liminares não beneficiam em nada o Corinthians. O melhor que podemos fazer é aguardar e lutar na esfera desportiva", diz o advogado do clube, Luiz Felipe Santoro.

O advogado espera por um julgamento antes da partida contra o Tijuana ou pelo menos que a medida cautelar, que proíbe o clube de jogar com torcida, seja revogada até lá. No clube, dirigentes comentam da possibilidade de a pena ser reduzida e até já cogita que o próximo jogo em casa terá portões abertos.

A Conmebol ainda não se pronunciou sobre o julgamento nem sobre a entrada dos torcedores no jogo contra o Millonarios. 

Fonte: Estadão