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Especialistas dizem que inflação deve continuar em alta

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A inflação deve continuar subindo mesmo com os esforços do governo para conter a alta, de acordo com a opinião de economistas que participam do 6º Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais, promovido pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e que termina neste sábado em Campos do Jordão (SP).

Embora o governo tenha congelado o preço dos combustíveis, promovido a desoneração de impostos e reduzido a tarifa de energia elétrica, nenhuma dessas medidas sustenta uma inflação baixa em longo prazo, segundo opinião d professora de economia da PUC-Rio, Mônica Baugarten de Bolle. "As expectativas de inflação estão totalmente descoladas do centro da meta e a não ser que o governo mude o curso da política econômica de forma muito radical, a tendência é de alta", comenta.

Segundo Mônica, atualmente o Banco Central (BC) perdeu a credibilidade e todas as projeções de analistas para a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estão longe da meta oficial de 4,5% ao ano (com margem de erro de 2 pontos percentuais). "Mesmo no início do ano corrente os analistas não viam a menor possibilidade das metas de inflação serem alcançadas", disse.

Para a professora, a população demorou a "perceber" alta da inflação porque ela ficou atrelada primeiramente ao setor de serviços, para só então gerar impacto nos preços dos alimentos, aqueles que efetivamente "pesam no bolso". "A inflação está em uma trajetória ascendente desde 2012, com ápice em março de 2013, quando impactou os alimentos e só então foi sentida pela população"

Salário mínimo x inflação
Para Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central (BC) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a economia brasileira está aquecida demais em relação ao seu potencial - não tem mão de obra disponível para crescer mais do que 2% em uma era de "pleno emprego". O aumento do salário mínimo dos últimos anos, segundo ele, gerou um impacto em toda a folha salarial, uma "superindexação do mínimo" especialmente a folha do governo, pois gerou elevação de todos os salários e do custo pago aos aposentados e pensionistas. Essa elevação pressionou os custos do mercado de trabalho, que inevitavelmente desembocariam em uma alta inflacionária, ainda que essa causa seja praticamente "ignorada", diz Arida.

"O aumento do salário mínimo condena o País a ter choques inflacionários freqüentes, principalmente pela indexação das aposentadorias",afirma. Aliado à questão cambial, e das políticas do FED (Federal Reserve, banco central americano), ele não vê uma redução. "O desafio agora é a produtividade, com eficiência de alocação de recursos e redução do tamanho do estado.Com uma taxa de desemprego entre 6,5% e 7%, o Brasil não consegue crescer mesmo mais que 2%".

Fonte: Terra
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