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Wellington adia apresentação de relatório do financiamento da saúde

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Mais uma vez, foi adiada a apresentação do relatório da comissão destinada a propor soluções ao financiamento do sistema de saúde no Brasil. O adiamento da apresentação, que seria feita nesta quarta-feira (11) se deu após apelo do líder do PT, senador Wellington Dias (PT-PI) ao relator da comissão, senador Humberto Costa (PT-PE). A intenção do governo é apresentar uma proposta que possa ser acolhida pelo relator.

Segundo Wellington Dias (PT-PI), o governo já cedeu em um ponto importante da discussão: a fixação de um percentual mínimo das receitas para aplicação na área de saúde. Atualmente, somente os estados e municípios têm percentuais definidos pela lei que regulamentou a emenda constitucional 29. Aprovada em 2011, a lei prevê que o mínimo a ser aplicado pela União é definido com base no valor empenhado no ano anterior acrescido da variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB).

Agência Senado

"Significa um passo adiante pela primeira vez na história do Brasil ter a fixação de um mínimo de investimento na saúde, independentemente de quem seja governo. Isso é uma conquista do povo brasileiro", comemorou Wellington Dias.

O percentual mínimo defendido por Humberto Costa para aplicação na saúde é de 10% da receita corrente bruta (RCB) anual. Atualmente, o governo aplica cerca de 6,5% na área. O caminho defendido por Humberto Costa é  empenhar 18,5% da receita corrente líquida (RCL), valor equivalente aos 10% da RCB.  A RCL é a RCB com deduções como os valores transferidos aos estados e municípios por determinação constitucional ou legal. Segundo Wellington Dias, o governo tende a aceitar um percentual de 15% da RCL para a saúde.

"A decisão política está tomada, agora é a decisão sob o aspecto financeiro", afirmou o líder do PT no Senado, ao informar que o líder do governo, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), se reunirá com ministros para definir a questão.

Definição

Humberto Costa lembrou que procura dialogar com o governo sobre a questão há dois meses, mas afirmou não ser possível esperar indefinidamente. O relator indicou que aceitaria o percentual mínimo de 15% da RCL, mas fez um apelo para que o governo defina os termos da proposta, o que facilitaria um entendimento e a votação do relatório.

"Se a proposta do governo for essa que o senhor relatou, ela é perfeitamente conversável", afirmou o relator, que salientou não ter recebido a proposta formal e pediu uma definição sobre o que o governo entende por receita corrente líquida.

Após a reunião, em pronunciamento no plenário, o senador se disse disposto a dialogar e garantiu que não será radical em um assunto importante como a saúde. Humberto Costa usou o argumento de que o investimento em saúde cresceu, proporcionalmente, menos que o de áreas como educação e assistência social.

"Agora é hora de fazer com que a saúde seja prioridade. E ela ser prioridade é buscarmos, nos próprios recursos, seja do orçamento fiscal, seja da seguridade social, o complemento para nós chegarmos naquilo que desejamos", disse.

A intenção da comissão é votar o relatório na próxima quinta-feira, após sessão temática do Senado destinada a discutir a saúde no Brasil.

Fontes

Para chegar ao percentual mínimo de recursos para a saúde, o governo não pretende criar novas contribuições. O valor seria obtido, em parte, com o dinheiro proveniente dos Royalties. De acordo com lei sancionada na última segunda-feira 75% do total dos royalties do petróleo serão aplicados na educação e 25% irão para a saúde. O valor recebido deve aumentar ao longo dos anos, com a exploração de novas áreas do pré-sal.

Outra fonte seriam as emendas parlamentares. O governo diz concordar com a Proposta de Emenda à Constituição do orçamento impositivo (PEC 22/2000), desde que metade dos valores obrigatórios seja aplicada em ações de saúde. Em tramitação no senado, a proposta obriga o governo a liberar as emendas individuais de deputados e senadores até o limite de 1% da receita corrente líquida (cerca de R$ 10 milhões por parlamentar).

Fonte: Agência Senado
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