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"Seca do Piauí" mostra drama dos criadores com morte dos animais

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Cerca de 20 mil animais morreram de janeiro a setembro por conta do drama provocado pela seca. O número é da Agência de Defesa Agropecuária e preocupa principalmente aqueles que sofrem com a perda do seu gado e com os prejuízos para alimentar os que sobreviveram, os criadores.

Fotos: Reprodução / TV Cidade Verde

Germino Francisco da Silva, lamenta a situação e conta que tem que soltar o gado para que os próprios animais procurem por seu alimento. "A única solução é esta, a gente fica com o gado solto pra ver se eles se viram e comem esses matinhos secos que ficam por aí", contou o criador.


O desespero provocado pela estiagem deixa os agricultores cada vez mais preocupados já que a cruel realidade não permite nem que eles deixem o local. "Se a gente vende os animais a situação piora. Não acho um dinheiro suficiente pra que eu me arranje e a solução vai ser acabar tudo", lamentou o produtor.


A equipe da TV Cidade Verde, percorreu centenas de quilômetros desbravando o semiárido, e encontrou muita morte e vestígios de gado seco no meio do mato. Nas propriedades não existe mais o pasto. Criações inteiras de caprinos e ovinos continuam morrendo. Os cochos estão vazios.


No município de Betânia do Piauí, a 499 km de Teresina a seca tem provocado a migração forçada de muitos jovens. Até o padre da cidade, Carlos Danilo, já se mobiliza em busca de alternativas. O vice prefeito Fábio Danilo Carvalho, afirmou que a situação realmente é preocupante já que sem a chuva existem famílias que precisam escolher onde usar a água.


Para minimizar os prejuízos os agricultores que ainda possuem alguma economia compram água que custa R$ 100 para uso com os rebanhos, mas sem chuvas, mesmo com a água fica difícil levar adiante a subsistência familias.


"O gado que não encontra lama pra beber tem que ter água comprada, mas estamos chegando a um ponto que não há como pagar", afirmou um agricultor.


Sem comer o gado é acometido de intoxicação. Morro Cabeça do Tempo, tem sido um dos municípios mais atingidos O gado perde pelo ou fica com ele arrepiado e acaba sem o casco. Além dos animais a plantas já não suportam os três anos sem chuvas regulares e altas temperaturas que acaba com os animais ficando pelo caminho.


Reportagem de J. Pereira e Joelson Giordani
Rayldo Pereira (Da Redação)
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