"Fiquei assustada com as pressões para cumprimento das metas". A frase é da procuradora do Trabalho Maria Elena Moreira Rêgo, sobre a ação movida pelo MPT contra o Banco do Brasil, por assédio moral. Segundo a procuradora, os gerentes chegavam a receber, por mês, 80 mensagens via celular com cobranças.

"Os conteúdos dos SMSs eram agressivos e ameaçadores, às vezes até irônicos. Muitas das metas eram inalcançáveis. Foi pedida a quebra do sigilo de dados, para verificar o número de mensagens", contou a procuradora, em entrevista ao Notícia da Manhã desta terça-feira (15).

A investigação foi iniciada em 2013. Maria Elena acrescentou que foram encontrados casos de funcionários doentes por conta das pressões sofridas no trabalho. "Estava havendo um adoecimento coletivo. Temos quatro casos de gerentes com depressão relacionada ao trabalho", explicou.

Segundo a procuradora, em razão da gravidade dos casos, foi pedida uma multa no valor de 0,1% do lucro do Banco do Brasil, quantia que corresponde a R$ 10 milhões. "Esse valor será usado em campanhas publicitárias de combate ao assédio moral. Mas, além da ação coletiva, os funcionários poderão impetrar ações individuais por danos morais", finalizou.