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Empresários brasileiros alertam para risco no setor de energia do país

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Um grupo de associações do setor elétrico deverá entregar na quarta ou quinta-feira uma carta ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, pedindo mais participação nas discussões sobre a atual situação de abastecimento do País. As entidades, que também representam grandes consumidores de energia, querem entender qual a real situação do setor e se há risco de racionamento.


A correspondência deverá ser assinada por 10 ou 12 associações, que representam produtores, comercializadores e consumidores de energia elétrica. Elas vão se colocar à disposição do governo federal para qualquer iniciativa de racionalização de energia neste momento. "É melhor sofrer agora do que deixar para depois e correr risco de um corte bem maior", afirmou o executivo de uma das entidades que participarão do movimento.

Segundo ele, várias empresas poderão antecipar manutenções e reduzir o consumo de eletricidade. "Racionalizar o uso da energia não é o mesmo que racionamento. A indústria pode dar sua participação e ajudar no abastecimento do País. Mas ela precisa ser informada sobre o que está ocorrendo."

O setor de ferro-ligas, por exemplo, já reprogramou o planejamento e, em alguns casos, a paralisação temporária da produção para manutenção dos fornos - a energia representa cerca de 40% dos custos dessa indústria. A decisão foi motivada pelo aumento do preço no mercado à vista, que está em R$ 822 o megawatt hora (MWh). Nesse caso, ao deixar de consumir, algumas empresas ganham dinheiro na operação, pois compraram energia mais barata e vão receber os R$ 822.

Falta de comunicação
As associações reclamam da falta de comunicação com o governo, o que acaba causando ruídos no setor. "Os números mostram que a situação não é confortável. Pelo contrário, revelam que o problema é grave. Mas o governo diz que está tudo bem, que não há risco para o sistema", afirma o presidente de uma das associações, que prefere não se identificar enquanto a carta não for entregue ao ministro.

O executivo diz que o grupo vai reivindicar um assento no Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), hoje formado por representantes do Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). "Tínhamos sido aceitos, mas o ministério reviu a nossa participação."

As associações querem que o governo mostre detalhadamente qual a real situação do setor elétrico, uma vez que especialistas que trabalham há anos na geração de energia veem o cenário como gravíssimo. Até quinta-feira, o nível dos reservatórios do sistema Sudeste/Centro-Oeste estava em 34,71% - o menor desde 2001 (ano do racionamento). "Queremos ser orientados sobre como devemos atuar neste momento."

Fonte: Estadão
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