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Estudo: falta de chuvas pressiona preço final de alimentos no Brasil

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No Brasil, o verão de 2014 foi o mais seco e quente dos últimos 71 anos. Encerrado em março, o período não trouxe as esperadas águas. Daqui para frente, a tendência é que o clima fique cada vez mais seco – e os alimentos cada vez mais caros.


A alta nos preços dos alimentos não é novidade. No ano passado, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços subiram 8%.

As safras que estão colhendo agora vêm de plantas que cresceram em um começo de ano quente e sem chuvas, o que favoreceu a disseminação de doenças. A quantidade e a qualidade ofertadas pela plantação estão menores e, naturalmente, o preço pode subir. “Já temos registros de produtores com quebra de 30% na produtividade”, conta Renata Pozelli, analista de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

O produtor rural Carlos de Oliveira Prates, que planta melancias e abóboras em Anhembi (SP), é um dos agricultores que sofrem com o problema da falta de chuva. Com 30 funcionários na colheita, depois de assistir a sua plantação perder a produtividade em 30% só na última colheita, Prates prefere não fazer planos.

A situação só não está pior porque o agricultor tem uma pequena irrigação na sua roça. “A gente só conseguiu subir mais 15% no preço dessa safra”, conta. Os aumentos de preço têm sido graduais: seis meses atrás, o quilo da melancia grande saía do produtor por R$ 0,35. Agora, não fica por menos de R$ 0,75. E mesmo assim não é suficiente.

“Nunca vi uma seca desse jeito”, diz Prates, que trabalha há 14 anos no cultivo de melancia. Há pouco mais de seis meses ele não vê uma chuva boa, daquelas animar qualquer agricultor. Até a hidrovia Tietê-Paraná deixará de ser um caminho viável para as 80 mil toneladas de carga que circulariam no trecho, já que o nível do rio baixou demais e comprometeu o calado para passagem dos navios.

Fonte: IG
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