A Corregedoria da Polícia Civil do Piauí abriu processo administrativo disciplinar contra o delegado Josimar de Sousa Brito e o agente Antônio Rodrigues da Silva Filho. Os dois podem ser responsabilizados pela fuga ocorrida na Central de Flagrantes de Teresina em novembro de 2013. 

De acordo com portaria datada de 31 de julho, uma sindicância investigatória apontou que os dois servidores teriam cometido falha disciplinar na fuga de 21 presos, ocorrida no dia 24 de novembro. 

A portaria aponta que o delegado, então coordenador da Central de Flagrantes, teria "deixado de adotar as providências cabíveis para restaurar a tela de proteção da cela" por onde os presos fugiram. Já o agente teria "transferido os presos, sem autorização de seus superiores hierárquicos, de uma cela a outra, contribuindo para a fuga". 

O mesmo delegado Josimar Brito é alvo de outro processo na Corregedoria, no qual é acusado de desobedecer uma portaria da Delegacia Geral que proíbe filmagens e fotografias dentro de unidades da Polícia Civil. Na época, entidades denunciaram na imprensa que o risco de fuga no local era iminente, em função da superlotação da Central. 

A comissão tem 60 dias para concluir a apuração dos fatos. 

Sindicato responde

O delegado Josimar Brito informou que só falará à imprensa através do sindicato. Ao Cidadeverde.com a diretoria do Sindepol (Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Piauí) informou que a tela que não foi restaurada é apenas uma espécie de mosquiteiro, que de nada impediria a fuga. 

O Sindepol considera que o processo administrativo é resultado de uma "perseguição" por parte do delegado geral James Guerra, que está usando a Corregedoria para intimidar os sindicalizados. 

A diretoria do Sinpolpi acrescentou que a possibilidade de fuga já havia sido avisada a James Guerra, mas nenhuma decisão foi tomada. Como, por lei, a Central de Flagrantes não deve custodiar presos, o sindicato responsabiliza o próprio delegado geram pelas fugas. 

 

Jordana Cury
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