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Secretário e órgãos de segurança divergem sobre proteção de escolas

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Em entrevista ao vivo no Jornal do Piauí desta quinta-feira (6), o secretário municipal de educação, Kléber Montezuma, o delegado geral da Polícia Civil, James Guerra, e o comandante do batalhão escolar da Polícia Militar, capitão Tiago Ribeiro, divergiram sobre as alternativas para reforçar a segurança nas escolas. Só em Teresina (PI), foram quatro arrombamentos nesta semana. 

"Você olhou as escolas, a imagem mostrou. O que é de competência da secretaria de educação nós estamos fazendo: os muros, as grades. Todas as portas e janelas são de ferro. E eles entram e saem com botijão de gás nas costas e fica por isso mesmo", reclamou Montezuma, atribuindo os arrombamentos a gangues de adolescentes envolvidos com drogas, que praticam o furto para alimentar o vício. 

Kléber Montezuma reconheceu que os órgãos de segurança têm trabalhado mesmo com suas dificuldades, mas manteve a cobrança. "Tanto a Polícia Militar como a Polícia Civil já sabem quem são as pessoas que fazem esses arrombamentos. Conhecem as pessoas, sabem onde moram, conhecem os pais, sabem a rotina deles".

O secretário criticou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estaria permitindo jovens infratores de continuarem nas ruas praticando delitos. "Tem uma história de um ECA, um ACA, um ICO...", ironizou Montezuma, citando repetidas apreensões de jovens feitas pela polícia, em virtude dos mesmos serem soltos pela Justiça. 

"Eu acho que a sociedade tem que parar com essa história de não querer discutir esse tal ECA. Esses menores infratores estão sendo protegidos por esse ECA", frisou.

Kléber Montezuma ainda defendeu so vigias. "Quando tem vigilante, ele entra na sala da direção e se tranca. E ele está certo. Quem combate bandido e traficante é a polícia". 

Visão da polícia
Tiago Ribeiro, comandante do batalhão escolar, citou como alternativa a capacitação de vigias já feita na rede estadual de ensino, orientando-os a avaliar uma situação de risco antes que ela aconteça e quando acionar a polícia. O capitão da PM lembrou que durante plantões para verificiar a ocorrência de arrombamentos em escolas do Estado, o vigia estava ausente, o que gerou até em processos administrativos. 

"O principal olho que a Polícia Militar tem dentro da escola é o agente de portaria. É óbvio que ele não vai enfrentar ninguém, mas ele é quem tem o dever de vigilância e de nos alertar", afirmou o capitão, citando que nos casos desta semana os arrombamentos só foram percebidos no início da manhã, quando não há mais como perseguir os bandidos. 

O comandante do batalhão escolar se dispôs a realizar o treinamento com os vigias de escolas e acredita que tal medida teria um retorno mais rápido que a compra da folga de policiais militares, defendida por Montezuma, que aceitou a parecia, mas avaliou que isso é pouco para solucionar o problema. 

O delegado geral James Guerra discordou da proposta de colocar policiais nas escolas. "Nenhum país do mundo que se tem como desenvolvido tem policiais nas escolas. Essanão é uma medida que nós teríamos que estar disputando", opinou. 

Para James Guerra, qualquer debate entre autoridades de segurança e de órgãos vítimas de violência, no caso a educação, levam a soluções paliativas. "Discussões não atacam o problema nas verdadeiras causas, os problemas sociais. Falta boa iluminação, falta rua para o carro poder acessar aquele local", pontuou. "Diante dessas dificuldades, nós vamos ter que encontrar uma solução para resolver esse problema agora". 

Fábio Lima
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