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Vereador denuncia prefeito de Betânia por ameaça em vídeo

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O vereador da cidade de Paulistana Adalberto de Sousa Santos, o Betinho, registrou uma notícia-crime no Ministério Público por uma suposta ameaça feita pelo prefeito de Betânia do Piauí, Zé Filho, em um vídeo. Nas imagens o prefeito afirma que tem interesse na prisão de Betinho. Assista ao vídeo:

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"Vagabundo Adalberto, vagabundo, advogado [...] é Adalberto é Betinho [...] tenho não, tenho não [...] meu interesse ali é botar ele na cadeia depois de uma surra boa, pode gravar e mostrar pra ele, pode botar", afirma o prefeito ao ser questionado sobre uma denúncia feita pelo vereador na Câmara.

Em entrevista ao Cidadeverde.com o vereador afirma que as ameaças seriam resultado de uma denúncia feita de improbidade administrativa. Betinho afirma que o prefeito estaria usando cheques da prefeitura sem licitações e que cancelou o pagamento de vários fornecedores.

"Eu trabalho em um escritório de advocacia e nós recebemos de vários clientes alguns cheques para serem cobrados ao prefeito. A dívida total gira em torno de R$ 280 mil. O que acontece é que o prefeito havia firmado um acordo de pagamento para o dia 01 de setembro, não cumpriu e ficou enrolando. No dia 10 depositamos cheques e o banco acabou pagando dois no total de R$ 27 mil e quando o prefeito soube ele cancelou todos os outros cheques e com isso ele está agindo de má fé", explicou o vereador.

Após o cancelamento o vereador procurou a Câmara municipal de Paulistana, município do prefeito Zé Filho, onde a denúncia foi apresentada e foi pedida a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investigaria o caso. A comissão não foi aprovada pelos vereadores e o vereador agora diz que teme pela sua vida.

"Não sou homem de ameaçar e agora eu só quero que Deus me proteja pois você sabe que a nossa região é muito perigosa", acrescentou.

Defesa rebate denúncias

Procurado pelo Cidadeverde.com o advogado do prefeito Zé Filho, Igor Martins, afirma que o depoimento do prefeito não se trata de ameaça e que o prefeito na verdade tinha dito que ele "merecia" a surra. "Ele disse que ele merecia e não disse que vai dar uma surra. Eu acho que o vereador tinha que estar preocupado com Paulistana e largar a questão financeira de Betânia", afirmou o advogado.

Em relação aos cheques, aos quais o vereador se refere, Igor Martins explica que eles são de serviços prestados em 2012 e que inclusive já foram pagos na época.

"Os cheques que ele diz, foram referentes a serviços prestados em 2012, o primeiro questionamento que a gente faz é porque eles procuraram isso só agora se existem notas fiscais que comprovam que esses pagamentos já foram feitos. As empresas que foram devidamente licitadas pela prefeitura foram pagas, isso na verdade é uma fraude deles. Quando se começa um novo mandato todos os cheques de uma gestão só tem validade de seis meses, eles não estavam mais nem valendo e pedimos o cancelamento de todos. Outro detalhe que chama a atenção é que houve tentativa de saque em Picos após os cancelamentos, porque não foram sacados em Paulistana mesmo?", questionou o advogado.

Igor Martins acrescenta que toda a documentação foi enviada ao Tribunal de Contas e que o banco foi notificado por ter efetuado o pagamento mesmo com o prazo de validade do cheque vencido e solicitou uma microfilmagem onde o banco deve emitir a justificativa pela qual o cheque foi pago e para quem. "Todos os serviços foram pagos e jamais poderiam ter descontado um cheque assim. É um pouco estranho você esperar passar um ano para ir atrás de um pagamento. Iremos tomar medidas cabíveis quando soubermos quem foi beneficiado com esses cheques", acrescentou o advogado.

Rayldo Pereira
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