A jovem Cleidiane Morais, cujo marido está preso na Casa de Custódia, diz estar revoltada com a paralisação dos agentes penitenciários que está impedindo a visita de familiares aos detentos. Ela afirma que andou cerca de dez quilômetros de bicicleta do bairro São Pedro até a Custódia e lamenta o fato de não poder encontrar com o esposo. “Saí às 5h de casa para ver meu marido e não vou poder. Já passamos oito dias sem vê-lo e quando chega aqui, somos barradas”, reclamou.
Foto: Rayldo Pereira/ Cidadeverde.com
Os agentes penitenciários do Piauí deflagraram greve nesta segunda-feira e realizam uma manifestação na frente da casa de custódia. Segundo o presidente do sinpoljuspi, Vilobaldo Carvalho, o motivo da paralisação é o não pagamento do reajuste de 10,5% que havia sido acordado com a categoria.
“Fizemos este acordo em 2013 e acertamos o reajuste de forma parcelada. Fizemos isso para o estado poder se planejar e ele pode, mas não faz”, afirmou Vilobaldo. Com a paralisação, todos os serviços como visitas não estão sendo feitos.
Vilobaldo diz ainda que a greve envolve ainda os servidores dos presídios do interior do estado e reforça que ela poderia ser evitada. “Vamos ficar assim por tempo indeterminado. Pois a greve não era pra existir. O estado devia ter se planejado”, descreveu.
O diretor do Sinpoljuspi, Kleiton Holanda, acrescenta que nas últimas semanas foram abortadas várias tentativas de fuga na Custódia. Ele avalia que a crise do sistema está se agravando e uma paralisação como esta acaba gerando mais pressão por parte dos presos. “Como estamos paralisados, as visitas não vão entrar e isso aumenta os ânimos entre os internos que querem se manifestar de alguma forma. Todos os agentes estão de braços cruzados. A situação está caótica e insegura. Ontem encontramos um túnel no pavilhão E, o que prova, mais uma vez o risco do trabalho dos agentes”, exemplificou.
Flash de Rayldo Pereira
Carlos Lustosa Filho
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