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Debate questiona tese passional na morte da primeira dama

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A morte da primeira dama do município de Lagoa do Sítio levanta a polêmica em relação aos crimes passionais. O Jornal do Piauí esta quarta-feira (11) promoveu um debate entre a psicóloga Eulineide Lauritzen e o advogado criminalista Leôncio Coelho, para analisar as caraterísticas do crime. 

A psicóloga explicou que quando se trata de crime passional, a ação é praticada com muita emoção, fundamentada em um sentimento de possessividade e em uma paixão avassaladora. "Além disso também, no geral, percebemos o baixo nível de tolerância à frustração", completou a especialista. Ela acrescenta que se o crime foi praticado pela empregada doméstica, na qualidade de amante, o crime seria, sim, passional. 

Eulineide comentou ainda o relato do prefeito acusado do crime, José de Arimatéas Rabelo. "Se ela morreu realmente 1h da madrugada e o prefeito disse que viu a esposa às 5h, se foi realmente ele quem cometeu o crime, ele tem uma personalidade muito fria. Nesse caso, o que ele fez foi uma atrocidade em relação à parceira dele", completou.

Já o advogado Leôncio Coelho, destacou que foi um erro da polícia acusar o prefeito da autoria do crime. "O delegado jamais poderia condenar o prefeito. As características desse caso não são de crime passional, porque crime passional não é planejado. O prefeito tem direito ao contraditório, à ampla defesa. O perito não pode nem mesmo descartar o suicídio", esclarece o criminalista.

Segundo o advogado, a polícia está praticando o "linchamento público" do prefeito. "Não se pode condenar por condenar. O que vai provar as coisas é o exame residográfico na mão da vítima, do prefeito e da empregada. Quanto ao horário, ele pode ter se confundido, pelo seu estado emocional. Ele perdeu a mulher amada e pode ter confundindo o horário de 1h com 5h", finalizou.

Jordana Cury
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