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Médica rebate acusações de agressão na Piçarreira e chama vereadora de “irresponsável”

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A médica do posto de saúde do bairro Piçarreira, zona Leste de Teresina, rebateu as acusações de que teria agredido a paciente Maria de Fátima Vaz da Silva, no dia 4 de março, durante uma consulta. A denúncia foi feita pela vereadora Graça Amorim (PTB) em sessão na Câmara Municipal de Teresina nesta quarta(11) que pediu ainda o afastamento dela do posto. 

A profissional procurou ao Cidadeverde.com para explicar os fatos, mas como seu nome não havia sido divulgado anteriormente preferiu manter-se sem identificação. 

Foto: Google Maps

Posto de Saúde da Piçarreira

Em nota, a médica classificou a postura da vereadora como “irresponsável” por não ter procurado a versão da profissional da saúde e ter levado o caso a público. “A vereadora Graça Amorim, como figura pública e representante do povo agiu de maneira irresponsável ao afirmar que achava lamentável a médica do posto de saúde da Piçarreira ainda não ter sido afastada, visto haver várias reclamações e fatos de agressões da médica para com os pacientes. Ora, Vereadora como fazer afirmações tão sérias sem sequer garantir a mim o direito do contraditório e da ampla defesa, direitos estes garantidos pela própria Constituição Federal?”, questionou a médica.  

A paciente

Segundo a médica, a paciente se alterou quando disse que não ela afirmou que não daria uma nova receita de um remédio para pressão, porque já tinha encaminhado a paciente para um cardiologista e só daria novamente com o parecer do especialista. 

“A paciente, indignada com minha negativa, agrediu-me, e só parou com as agressões quando os funcionários do posto ouviram meus pedidos de socorro e intervieram. Tive a blusa rasgada e vários hematomas pelo corpo”, relatou a médica que informou ainda que a paciente foi presa e levada para o 11º DP.  

Outras acusações

Sobre as outras acusações, ela disse que chegaram através da Fundação Municipal de Saúde (FMS), onde foram apuradas e dadas o direito de resposta e “nada que comprometesse conduta”. 

“E, todos os fatos em que a Prefeitura de Teresina pediu esclarecimentos, foram devidamente respondidos e apurados, portanto não existe qualquer motivo para que eu seja afastada do meu local de trabalho. Sempre ajo com ética e disciplina assumindo minhas responsabilidades como pessoa e como profissional”, afirmou na nota.

 
Confira nota da médica na íntegra: 

Venho através desta nota mostrar minha indignação quanto ao relatado em matérias publicadas na imprensa.

Minha figura profissional foi negativamente exposta na imprensa, que deu o relatado pela paciente como verdade, bem como foi publicado várias afirmações feitas a respeito da minha atuação profissional no posto de saúde do qual eu trabalho, remetendo como uma atuação irresponsável.

A vereadora Graça amorim, como figura pública e representante do povo agiu de maneira irresponsável ao afirmar que achava lamentável a médica do posto de saúde da Piçarreira ainda não ter sido afastada, visto haver várias reclamações e fatos de agressões da médica para com os pacientes. Ora, Vereadora como fazer afirmações tão sérias sem sequer garantir a mim o direito do contraditório e da ampla defesa, direitos estes garantidos pela própria Constituição Federal? Muito dos fatos que a senhora diz existirem chegaram a mim através da Fundação Municipal de Saúde, a mim foi dado o direito de defesa, estes foram devidamente apurados e nada que comprometesse minha conduta foi apresentado.

Quanto ao caso relatado da paciente Maria de Fátima da Silva, ocorrido semana passada, eu fui agredida pela mesma ao negar dar uma receita de um remédio hipertensivo, visto que já havia dado encaminhamento desde novembro do ano passado da mesma para o cardiologista. A mesma retornou sem o parecer do médico cardiologista e, agindo com ética e bom senso, neguei-me a receitar o remédio do qual me pedia, e encaminhei-a outra vez ao médico especialista. A paciente, indignada com minha negativa, agrediu-me, e só parou com as agressões quando os funcionários do posto ouviram meus pedidos de socorro e intervieram. Tive a blusa rasgada e vários hematomas pelo corpo. 

A paciente foi presa em flagrante e encaminhada para o 11° distrito policial, onde lá foi lavrado o Termo circunstanciado de ocorrência, onde, pelo exame de corpo e delito, ficou evidenciado as agressões e, em detrimento disso, foi instaurado processo criminal contra a paciente. Como testemunhas elencadas no processo estão funcionários do posto que presenciaram o fato e que ajudaram a socorrer-me antes que acontecesse o pior.

Vários o problemas que acontecem no posto é pela negativa dos pacientes em irem aos especialistas dos quais são encaminhados, quando necessário, e quererem que eu lhes receitem remédios sem qualquer parecer ou exame.

E, todos os fatos em que a Prefeitura de Teresina pediu esclarecimentos, foram devidamente respondidos e apurados, portanto não existe qualquer motivo para que eu seja afastada do meu local de trabalho. Sempre ajo com ética e disciplina assumindo minhas responsabilidades como pessoa e como profissional.

Hoje são os médicos que trabalham sob situação precária, ficando sujeitos à situações oriundas da falta de segurança nos postos de saúde e hospitais da cidade.  E esse sim, é um problema recorrente e que vem sido pedido providência há muito tempo e o poder público não apresenta nenhuma solução.

 

Caroline Oliveira
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